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Dresden relembra bombardeio aliado de 1945

13 de fevereiro de 2014

Pela primeira vez em anos, cerimônia não foi acompanhada por marchas de neonazistas, que insistem em desviar o sentido da data para fins ideológicos próprios. Corrente humana forma ponto alto da celebração.

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Foto: Robert Michael/AFP/Getty Images

Em 13 de fevereiro de 1945, a poucos meses do fim da Segunda Guerra Mundial, a primeira carga de bombas das forças aliadas atingiu Dresden, capital do estado da Saxônia, no leste da Alemanha. No dia seguinte, o centro da cidade estava em ruínas, com cerca de 25 mil mortos. Desde então, todos os anos as vítimas do bombardeio são recordadas.

Na cerimônia desta quinta-feira (13/02), no cemitério municipal Heidefriedhof, a prefeita Helma Orosz alertou contra o esquecimento. "Não podemos deixar que se apague a lembrança de que as bombas sobre Dresden, com em outros locais do solo alemão, atingiram tanto vítimas inocentes quanto criminosos."

Por outro lado, prosseguiu a política democrata-cristã, não se deve esquecer "que foi a Alemanha nazista a forçar outros povos e Estados a uma luta de vida ou morte".

Reação contra instrumentalização neonazista

Dresden Gedenken Zerstörung Dresdens Neonazi-Aufmarsch
Na véspera, 200 neonazistas desfilaram na praça diante da SemperoperFoto: picture-alliance/dpa

Há anos os neonazistas alemães tentam desvirtuar o jubileu para os seus fins ideológicos. No entanto, a manifestação que estava anunciada para esta quinta-feira foi inesperadamente cancelada, e a celebração oficial transcorreu de forma pacífica.

Em contrapartida, na noite anterior, pela primeira vez em anos, cerca de 200 neonazistas conseguiram realizar uma passeata à luz de tochas pelo centro histórico de Dresden, sob protestos veementes de cidadãos e adversários políticos. Até então, a marcha vinha sendo impedida.

O governador da Saxônia, Stanislaw Tillic, comentou com rigor os acontecimentos: "A tentativa dos extremistas de direita de instrumentalizar o bombardeio de Dresden e a guerra para os seus fins, apagando a ditadura de terror nacional-socialista, é esquálida e intolerável", afirmou. "Estamos todos conclamados a nos empenharmos, para além deste dia, pela paz, tolerância e contra o ódio, violência e racismo."

Um dos pontos altos da celebração é uma corrente humana no centro da cidade, um gesto também contra a extrema direita. Todos os anos, às 21h45m, hora do primeiro ataque dos aliados, todos os sinos de Dresden tocaram.

AV/dpa/epd