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EasyJet compra filial alemã da British Airways

(ns)8 de maio de 2002

De olho no mercado alemão, a companhia áerea britânica EasyJet vai comprar a Deutsche BA. Ela é a segunda airline nos céus da Alemanha, após a Lufthansa, que ganhou um novo concorrente.

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Avião da EasyJet, companhia aérea de low costFoto: AP

Ao assumir a companhia aérea Deutsche BA, a EasyJet britânica tornou-se a líder do mercado europeu em matéria de vôos baratos. Um acordo básico de compra foi assinado nesta quarta-feira. Filial da British Airways, a Deutsche BA é a segunda linha aérea no mercado alemão, após a Lufthansa.

"A Alemanha é o maior mercado interno para a aviação civil na Europa e está mal servida pelas companhias com ofertas mais em conta, se compararmos com a Grã-Bretanha", disse o diretor da EasyJet, Ray Webster, em Londres. Foi acertado uma margem de preço entre 30 milhões de euros e 46 milhões de euros, dependendo do momento em que for concretizada a aquisição.

Vantagens da fusão

- Desde sua fundação em 1992, a Deutsche BA só teve prejuízos, pelo que já se especulava sobre sua venda. Ela tem uma frota de 16 aviões Boeing 737-300. O fato de a EasyJet ter 31 aviões Boeing facilitará a integração das frotas e a manutenção. As duas companhias também se complementam em outro terreno: a britânica está fora do mercado alemão e a Deutsche BA só tem um destino no exterior, Londres.

Go: a próxima aquisição

- Fundada em 1995 pelo grego Stelios Haji-Ioannou, a EasyJet teve um crescimento vertiginoso. Este ano, o empresário resolveu baralhar de novo as cartas nesse segmento que está em plena reestruturação na Europa. Na última sexta-feira (03), anunciou que estavam avançadas as negociações para a compra da concorrente britânica Go, pertencente à sociedade de capital de risco 3iGroup PLC. Webster completou hoje a informação, dizendo que ela pode ser concluída até o fim desta semana ou nos próximos quinze dias. A Go tem uma frota de 22 aviões e voa para 38 destinos.

Concorrência para a Lufthansa

O céu parece não ter limite para expansões atualmente e a Lufthansa que se cuide: nos céus da Alemanha um novo gavião irá perseguir o seu grou, o pássaro logotipo da empresa, estampado em seus aviões. A ação da Lufthansa caiu 4,5% na Bolsa de Frankfurt, a da EasyJet subiu 1,5% em Londres. Contudo, como as duas companhias operam em segmentos diferentes do mercado, os analistas não contam com grandes efeitos sobre a linha áerea alemã que é a segunda maior da Europa.

A número 1 na Europa nos vôos baratos é a irlandesa Ryanair. Seu presidente, Michael O'Leary, diz que, mesmo unidas, a EasyJet e a Deutsche BA continuarão oferecendo preços mais altos que a Ryanair. "A união em si não cria uma empresa mais competitiva. E não é nosso objetivo ser a maior companhia de vôos baratos", completou.

Companhias após 11 de setembro

- A Ryanair e a EasyJet têm algo em comum: elas saíram ganhando com as mudanças de comportamento no mercado, após os atentados de 11 de setembro, que causaram altos prejuízos principalmente às grandes companhias. A receita do sucesso das linhas "baratas" é que elas abrem mão de refeições de bordo e outros serviços, e seus clientes fazem a reserva diretamente pela Internet, o que economiza custos.

Enquanto a BA cancelou alguns destinos, a Ryanair deu-se tão bem que encomendou 100 aviões à Boeing. Nesta quarta-feira, a KLM holandesa anunciou um prejuízo de 156 milhões de euros no ano fiscal 2001/2002, enquanto a Go teve um lucro de 27 milhões de euros, no mesmo período.