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Longe do Oeste

8 de novembro de 2009

Os cinco estados federados da antiga Alemanha comunista continuam os últimos na economia alemã, 20 anos após queda do Muro. Economista do Commerzbank registra recuperação positiva e questiona expectativas exageradas.

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Indústria química na SaxôniaFoto: picture-alliance/dpa

Tomando-se o desempenho econômico como critério, lanterninhas na tabela são os cinco estados federados alemães, que estiveram sob governo comunista entre 1949 e 1990: eles não alcançaram mais do que 70% da força econômica registrada no Oeste alemão em 2008.

O banco alemão Commerzbank realizou um estudo comparativo das duas metades do país, o qual mostra que a Saxônia é o estado cujo Produto Interno Bruto (PIB) se encontra mais próximo do nível ocidental. Por outro lado, a Turíngia e a Saxônia-Anhalt são que acusam a mais forte recuperação. "Brandemburgo e Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental continuam só mancando atrás", comenta Ralph Solveen, vice-economista-chefe do Commerzbank.

Neubrandenburg, Jena, Potsdam, Schwerin, Erfurt e Dresden são as seis únicas cidades da antiga República Democrática Alemã (RDA) a apresentar um PIB superior à média do país. Devido a seu estatuto especial como cidade anteriormente dividida entre os dois regimes, Berlim não foi incluída no estudo.

Semelhanças e discrepâncias surpreendentes

Para Solveen, a Saxônia-Anhalt é o estado que melhor se desenvolveu, sendo praticamente a "estrela" da lista. Em segundo lugar em renda per capita, logo atrás da Saxônia, o estado da Saxônia-Anhalt apresenta os índices mais elevados de crescimento, com uma recuperação extraordinária nos últimos cinco, seis anos, acresceu Solveen.

O economista classifica como surpreendente a proximidade das rendas per capita nos "novos estados". Enquanto a diferença registrada em 2008 entre a Saxônia e Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental foi de pouco mais de mil euros, a discrepância entre Hessen e Schleswig-Holstein, no oeste e no norte, respectivamente, ultrapassou os 10 mil euros.

Porém, em termos de velocidade de crescimento, as discrepâncias no Leste alemão são grandes. Surpreende o fato de a Saxônia, de resto a número um do grupo, ter colocação mediana nesse quesito, para o qual é decisiva a participação das indústrias em cada estado.

O vice-economista-chefe do Commerzbank acredita que as diferenças tenderão a se acentuar, nos próximos anos. No momento, a Saxônia-Anhalt e a Turíngia acusam a dinâmica mais forte. Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental e Brandemburgo ficam no fim da lista, perpetuando uma dinâmica herdada da época da RDA. Como causas para o fato, mencionam-se a baixa densidade demográfica nesses dois estados federados e a sua situação geográfica, no nordeste da república, distantes dos mercados do oeste do país e da Europa Ocidental.

"Paisagens florescentes" distantes

Independente de quanto tempo ainda venha a durar a corrida pela equiparação econômica, Ralph Solveen considera os 70% de força econômica dos "antigos estados" uma conquista respeitável para o Leste alemão.

"Precisamos naturalmente ver a coisa no contexto: onde é que estávamos em 1991? É incrível o que se conseguiu. Há até mesmo algumas cidades [do Leste] com uma renda per capita acima da média alemã." Solveen afirma ser inegável que o nível dos estados da ex-Alemanha comunista continua longe do ocidental. No entanto, ele considera uma expectativa de equiparação rápida, em si, questionável.

"Teria sido verdadeiramente realista esperar que hoje eles já se encontrassem num padrão semelhante ao do Oeste?", pergunta. Em outras palavras: embora tenham ficado mais próximas nestes 20 anos, as "florescentes paisagens" econômicas no Leste, profetizadas pelo então chefe de governo alemão Helmut Kohl, ainda estão longe de ser realidade.

Autor: Klaus Ulrich (av)
Revisão: Carlos Albuquerque