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Editorial

15 de março de 2010

A contribuição alemã para o processo de formação das nações e a história constitucional da América Latina foi decisiva. Também para questionar e corrigir clichês, opina Marc Koch, redator-chefe de DW-RADIO e DW-WORLD.

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Três mídias diferentes, quatro equipes de reportagem e milhares de quilômetros percorridos – de Ushuaia, na Terra do Fogo, a cidade mais meridional da Argentina, até Tijuana, no México, na fronteira com os Estados Unidos. Os repórteres de TV, rádio e internet da Deutsche Welle não pouparam esforços em sua viagem pelo continente, que em 2010 volta ao centro das atenções. Diversos países sul-americanos comemoram neste ano o 200º aniversário de sua independência da Espanha.

Enquanto, em princípios do século 19, a antiga metrópole Espanha afundava em agonia política e econômica, teve início nas então colônias um longo, doloroso e sangrento processo de emancipação, que terminou com a independência e cujas consequências são sentidas até hoje.

Principalmente para a Europa, a América do Sul foi durante muito tempo um "arsenal dos sonhos de fábulas geográficas", nas palavras do filósofo alemão Ernst Bloch. Entre os primeiros a questionar e corrigir estes clichês, estão também alemães: segundo o próprio Simón Bolívar, um dos titãs da luta sul-americana pela libertação, o explorador Alexander von Humboldt teria prestado mais serviços à América do que todos os seus conquistadores, sendo assim o verdadeiro descobridor do continente.

E o legado de Humboldt existe até hoje. Para isso, contribui o papel positivo que milhões de imigrantes alemães desempenharam no desenvolvimento de muitos países latino-americanos. Ao contrário de muitas outras nações europeias, esses laços culturais permanentes nunca foram prejudicados pelo peso da dominação colonial.

Escolas alemãs desfrutam de uma excelente reputação tanto entre intelectuais quanto entre os próprios alunos, e o interesse por intercâmbios científicos na Alemanha é enorme. Pesquisadores, artistas, militares e diplomatas da Alemanha contribuíram decisivamente para o processo de formação das nações, iniciado 200 anos atrás, e para a história constitucional da América Latina.

Motivo suficiente para a Deutsche Welle, a empresa internacional de comunicação da Alemanha, reavaliar a atribulada história e os desafios futuros do subcontinente sul-americano sob a perspectiva alemã e europeia. Em suas viagens pela região, os repórteres da DW viram e ouviram muita coisa, e vivenciaram a América Latina sob todos os seus aspectos: coisas fascinantes e outras frustrantes; de um lado, avanços impressionantes rumo ao futuro, e, de outro, uma pobreza desoladora, atrasos, mas também progressos a passos rápidos.

Todas essas impressões foram reunidas no projeto multimídia "Da Terra do Fogo a Tijuana", para o qual a Deutsche Welle contou com o patrocínio do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha. São documentários para tevê, reportagens online e de rádio, mapas interativos, galerias de fotos, blogs e vídeos em português, espanhol, inglês e alemão. Os telespectadores, ouvintes e usuários têm a chance de registrar suas ideias, comentários e sugestões e discuti-las com os repórteres.

Além disso, o projeto "Da Terra do Fogo a Tijuana" tem uma comunidade no Facebook, na qual os usuários podem discutir entre si, criando uma rede de contatos e promovendo mais uma vez o intercâmbio de ideias. Imagens fascinantes, análises e áudios de impacto sobre o bicentenário dos movimentos de independência da América Latina na DW-TV, na DW-RADIO e em DW-WORLD.DE.

Marc Koch é redator-chefe de DW-RADIO e DW-WORLD.DE e editor do departamento América Latina da Deutsche Welle.