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Em viagem de despedida, Merkel reitera apoio a Israel

10 de outubro de 2021

Chanceler federal da Alemanha se encontrou com o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, e disse que a segurança de Israel "continuará sendo uma prioridade para qualquer governo alemão".

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Merkel e Naftali sentados. Há uma mesinha entre eles, com um vaso de flores e pequenas bandeiras de Israel, da União Europeia e da Alemanha. Ao fundo há bandeiras grandes da Alemanha, de da União Europeia e de Israel.
Merkel se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Naftali BenettFoto: Amos Ben Gershom/Israel Gpo/picture alliance

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, disse neste domingo (10/10) que a segurança de Israel "continuará sendo uma prioridade para qualquer governo alemão".

Merkel chegou a Tel-Aviv no sábado, naquela que deve ser sua última visita oficial ao país antes de deixar o cargo. É a oitava vez que a chanceler visita Israel em 16 anos no poder, período no qual se estreitaram os laços entre os dois países. Durante seu mandato, Merkel fez da segurança de Israel uma de suas prioridades de política internacional.

Neste domingo, em Jerusalém, ela se encontrou com o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, que teceu elogios à governante alemã.

"O relacionamento entre a Alemanha e Israel era forte, mas sob seu mandato se tornou mais forte do que nunca", disse Bennett. "Não é mais simplesmente uma aliança, mas uma verdadeira amizade, e devemos isso à sua liderança. Estamos ansiosos para fortalecê-la ainda mais nas relações comerciais, ciência, educação, saúde e, claro, na segurança", acrescentou o premiê.

Juntos, os dois líderes visitaram o memorial do Holocausto Yad Vashem, onde Merkel depositou uma coroa de flores. 

"O fato de a vida judaica ter encontrado um lar novamente na Alemanha após os crimes contra a humanidade cometidos no Shoah [termo secular hebraico Shoah, que significa destruição ou catástrofe] é um sinal imensurável de confiança, pelo qual somos gratos", escreveu Merkel no livro de visitas.

Merkel parada em pé em frente a uma coroa de flores. O ambiente é escuro e há uma chama acesa do lado.
Merkel depositou uma coroa de flores no Museu do Holocausto, em JerusalémFoto: Ariel Schalit/AP/dpa/picture alliance

Pedidos de desculpa

Em maio, o governo de Merkel defendeu "o direito de Israel de se defender" em meio ao conflito de curta duração entre o exército israelense e o Hamas, em Gaza, que causou a morte de ao menos 260 palestinos e 13 israelenses. O mesmo posicionamento já havia sido externado em outras ocasiões. 

Além disso, ao longo de seu mandado, Merkel fez gestos altamente simbólicos para expressar o arrependimento da Alemanha pelo Holocausto.

Em 2008, a chanceler se dirigiu ao Parlamento israelense em um discurso histórico para se desculpar em nome de todo o povo alemão.

Em janeiro de 2020, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, participou das comemorações, em Jerusalém, do 75º aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz e, em um discurso em hebraico e inglês, apontou a "culpa" alemã.

A Alemanha é o maior parceiro comercial de Israel na Europa, e o governo alemão forneceu apoio a Israel durante guerras e crises diplomáticas. A visita deste domingo estava planejada para o final de agosto, mas Merkel adiou a viagem, em razão da situação tensa no Afeganistão.

Antes de deixar o cargo, Merkel fará várias viagens de despedida a países como Estados Unidos, França, Rússia e Itália. Social-democratas, verdes e liberais negociam uma coalizão sem precedentes para assumir o governo na Alemanha, após a vitória apertada do Partido Social-Democrata (SPD) nas eleições federais de setembro.

Até uma definição sobre o novo chanceler, Merkel segue no cargo.

Situação no Irã

Durante a viagem a Israel, Merkel também comentou sobre o Irã, dizendo que os líderes estão em "semanas muito decisivas em relação ao futuro do acordo nuclear" com o país Irã".

"Queremos enviar uma mensagem inequívoca ao Irã de que eles devem retornar rapidamente à mesa de negociações", acrescentou Merkel.

Ela também pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, e ao presidente chinês Xi Jinping, que ajudem a trazer o Irã de volta à mesa de negociações.

Os comentários vêm após revelações de que o Irã está enriquecendo significativamente mais urânio do que a ONU havia relatado no mês passado.

le (afp, reuters, dpa,ots)