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SaúdeIsrael

Em vídeo de humor, Netanyahu desmente fake news sobre vacina

26 de fevereiro de 2021

Primeiro-ministro de Israel rebate mitos comuns sobre o imunizante dialogando com um humorista. País é caso de sucesso de imunização contra covid-19 e terá eleições em março.

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Netanyahu toma vacina contra a covid-19 em dezembro
Netanyahu tomou a vacina da Pfizer contra a covid-19 em dezembroFoto: Amir Cohen/REUTERS

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, encontrou uma forma bem-humorada para incentivar a população de seu país a se vacinar e, ao mesmo tempo, combater as notícias falsas e o ceticismo em relação aos imunizantes.

Como estrela de um comercial que viralizou, ele aparece em um ginásio esportivo convertido em espaço de vacinação e dialoga com um humorista que representa as pessoas céticas ou que questionam os imunizantes.

Primeiro vestido de palhaço, o humorista conta para Netanyahu que tem medo da vacina, ao que o líder político responde que ela é segura e aprovada pelos melhores especialistas do mundo.

Em seguida, usando uma fantasia de cachorro, o humorista afirma ter ouvido falar que a vacina poderia alterar o seu DNA, e que isso poderia fazer uma cauda nascer nele. Netanyahu ironiza e diz que o objetivo da vacina é somente atacar o vírus.

O mito de que as vacinas baseadas em RNA, com as da Pfizer, utilizada em Israel, foi repercutido pelo presidente Jair Bolsonaro em dezembro passado. Ao comentar as exigências feitas pela Pfizer para vender a vacina ao Brasil, Bolsonaro afirmou: "Se você virar um jacaré, é problema seu (...) Se você se transformar em Super-Homem, se crescer barba em alguma mulher aí, ou algum homem começar a falar fino, eles (Pfizer) não têm nada com isso".

Em seguida, o humorista retorna vestido com um herói que não sai da frente de um computador, fazendo pesquisas em redes sociais e questionando Netanyahu se o objetivo da campanha de vacinação seria, na verdade, implantar um microchip nas pessoas para segui-las. "Parem com as fake news", responde o primeiro-ministro israelense.

A ideia delirante do microchip é uma das teorias da conspiração que circulam sobre a covid-19, segundo a qual a pandemia seria usada pelo fundador da Microsoft, Bill Gates, para vacinar as pessoas com imunizantes que trariam um microchip que permitiria rastreá-las, uma alegação sem base na realidade.

Ao final, vestido como uma criança, o humorista diz que a vacina não afetaria os jovens e, portanto, não seria um problema para ele. Netanyahu diz, então, que a doença atinge todo mundo, e que se vacinar protege também outras pessoas, como os pais e os avós.

Vacinação avançada e eleições

A aparição de Netanyahu no vídeo humorístico se dá em contexto eleitoral. Em 23 de março, os israelenses vão às urnas escolher os novos membros do parlamento do país. Ele aproveita o comercial para desejar às pessoas um bom feriado de Purim, comemorado nesta quinta e sexta-feiras (25 e 26/02), que celebra a libertação do povo judeu na Pérsia antiga.

Israel é um dos países com o ritmo mais avançado de vacinação no mundo, e nesta sexta-feira havia aplicado 91 doses para cada 100 pessoas. A vacina usada no país, da Pfizer, demanda duas doses para atingir sua eficácia máxima.

No domingo, o país lançou um programa de vantagens para os israelenses que já haviam tomado as duas doses da vacina.

Essas pessoas receberam um "passaporte verde", que as autoriza a visitar centros esportivos, teatros, museus e hotéis. No entanto, as autoridades sanitárias do país alertam para que a população continue usando máscaras, respeitando o distanciamento social e lave as mãos frequentemente.

Conversa com Bolsonaro

Apesar de terem adotado estratégias distintas para lidar com a pandemia, Bolsonaro e Netanyahu são aliados no cenário internacional. Em 2019, o brasileiro foi recebido pelo israelense em uma visita oficial de três dias a Israel. 

Em 13 de fevereiro, Netanyahu divulgou em sua conta no Twitter que havia conversado com Bolsonaro para tratar do desenvolvimento conjunto de tratamentos e vacinas contra a covid-19.

Depois, o presidente brasileiro afirmou que pretendia importar um remédio experimental israelense em forma de spray para testá-lo no Brasil, e que pediria autorização emergencial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para seu uso. 

O remédio, que seria destinado a tratar pacientes com covid-19 em caso grave, ainda está em fase inicial de testes.

bl (ots)