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Embaixador britânico na UE renuncia ao cargo

3 de janeiro de 2017

Ivan Rogers antecipa fim do mandato para dar lugar a sucessor antes do início das negociações do Brexit. Processo de saída do Reino Unido da União Europeia deve começar no fim de março.

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Ivan Rogers
Relações de Ivan Rogers com o governo de Theresa May teriam se desgastado nos últimos meses, diz jornal Foto: Reuters/F. Lenoir

O embaixador britânico na União Europeia (UE), Ivan Rogers, renunciou ao cargo nesta terça-feira (03/01), às vésperas de o Reino Unido iniciar as negociações para o Brexit, a saída do país do bloco.

Rogers decidiu antecipar sua saída, prevista para novembro deste ano, "para permitir que um sucessor seja nomeado" antes que o Reino Unido invoque o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, até o fim de março, informou um porta-voz do governo britânico.

A ativação do Artigo 50 abre um prazo de dois anos para a negociação da saída de um Estado-membro. "Somos gratos por seu [de Rogers] trabalho e comprometimento nos últimos três anos", disse o porta-voz.

No fim do ano passado, Rogers gerou controvérsia ao dizer que um acordo comercial com a UE, depois da saída britânica do bloco, levaria uma década para ser finalizado e corria o risco de fracassar.

De acordo com o Financial Times, as relações entre Rogers, que era bem avaliado por outros embaixadores da UE, e a equipe da primeira-ministra britânica, Theresa May, teriam se deteriorado nos últimos meses. O nome do sucessor ainda não foi divulgado.

"Nenhuma surpresa"

Rogers, nomeado em 2013, foi um dos principais assessores do ex-primeiro-ministro David Cameron durante as negociações que antecederam o referendo para a saída do Reino Unido do bloco europeu. O diplomata foi também secretário privado do ex-ministro de economia Kenneth Clarke e trabalhou com o ex-primeiro-ministro Tony Blair.

"A renúncia não foi uma surpresa para os que trabalham com ele", disse um diplomata europeu à agência de notícias AFP. "Ele foi muito competente, mas não estava convencido da decisão pelo Brexit e não estava alinhado com o governo, levando o Reino Unido à uma área perigosa de incerteza."

May deve dar detalhes sobre os planos do governo britânico para as negociações de saída da UE ainda neste mês, em meio a críticas sobre a falta de informação a respeito das consequências do Brexit. A expectativa é de que o Reino Unido deixe o bloco no segundo trimestre de 2019.

KG/afp/efe