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"Davos" latino-americano

7 de abril de 2010

Versão latino-americana do Fórum Econômico Mundial ocorre pela 5ª vez. Em entrevista à Deutsche Welle, diretora do evento diz que encontro é uma chance para discutir problemas comuns e dar maior projeção ao continente.

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Fórum latino-americano está em sua quinta ediçãoFoto: APTN

Mais de 550 empresários se reúnem nesta quarta-feira (7/4) e quinta-feira na cidade colombiana de Cartagena para discutir os rumos de seus negócios após uma superação da crise global. A quinta edição do Fórum Econômico Mundial para a América Latina investiga possibilidades de abrir mercados e gerar oportunidades de investimento no continente.

"O fórum é uma oportunidade de projeção internacional para a região latino-americana", afirmou, em entrevista à Deutsche Welle, Marisol Argueta de Barillas, diretora do evento, uma edição latino-americana do Fórum Econômico Mundial de Davos.

O encontro conta também com a presença dos presidentes da Guatemala, Alvaro Colom; da República Dominicana, Leonel Fernández; do Paraguai, Fernando Lugo; do Panamá, Ricardo Martinelli; além do anfitrião do fórum, o presidente colombiano, Álvaro Uribe. As edições anteriores foram realizadas no México, no Chile e, por duas vezes, no Brasil

Cooperação, governo e desigualdades estão na pauta

Inaugurado na noite de terça-feira, com um jantar de boas-vindas, o fórum discute, a partir desta quarta, não só temas econômicos, como políticas sociais e de meio ambiente. Entre os assuntos debatidos, estão "população, democracia e governo", "liderança da economia verde", "oportunidades de cooperação", "caminhos para a recuperação econômica" e "redução da desigualdade".

De acordo com o Ministério do Comércio da Colômbia, uma centena de participantes provém de empresas dos Estados Unidos, e aproximadamente 50 do Brasil, sede da edição sul-americana anterior. Argentina, México, Peru e Chile também são representados por delegações numerosas.

Bananen Produktion in Kolumbien
Exportação de alimentos é ponto forte do continenteFoto: dpa

"Cerca de 60 % dos participantes vêm de fora da América Latina", ressaltou Barillas. Os asiáticos, cujos investimentos crescem na região, também estão representados no encontro, que conta com a participação de delegações numerosas de empresários de países como Índia, Cingapura e China.

Parcerias com asiáticos crescem a cada ano

"Nos últimos anos, houve incrementos das exportações de países latino-americanos para nações asiáticas, principalmente de matérias-primas", observou a diretora do fórum. "Devido à crise econômica que atingiu os Estados Unidos, houve uma redução da demanda americana de bens e serviços latino-americanos, enquanto a região asiática manteve seus indicadores econômicos em bom níve, aumentando seu intercâmbio com os latino-americanos."

O Fórum Econômico Mundial para a América Latina também discute políticas públicas e privadas para melhoria das condições sociais, de educação e de segurança, áreas que ainda são desafios para a região, ressaltou a diretora do fórum.

"Existe necessidade de dar mais atenção à qualidade da educação para as novas gerações de um mundo globalizado e também aos temas sociais, como os sistemas de saúde, e à necessidade de se melhorar a segurança social", disse Marisol Argueta de Barillas. Segundo ela, o combate à criminalidade e a sustentabilidade ambiental também serão enfocados nas discussões, além da questão estratégica dos biocombustíveis para o continente.

Haiti e comércio entre países são temas de debates

Outro marco do evento será uma reunião plenária dedicada à reconstrução do Haiti. "Devemos não somente ajudar a reconstruir as casas e infraestrutura no Haiti, mas também desenvolver uma plataforma para colaborar com o desenvolvimento sustentável do país a médio e longo prazo", sublinhou Barillas.

A dinamização do comércio entre os Estados do continente também é outro assunto abordado. "Um dos temas econômicos mais importantes é a revisão de acordos comerciais de integração. Há cerca de 40 tratados de livre comércio entre os países da região", lembrou a salvadorenha. "Um dos problemas é que há muitas diferenças entre esses inúmeros acertos", acrescentou.

Autor: Marcio Damasceno
Revisão: Simone Lopes