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Crise

9 de abril de 2009

Pesquisa sobre conjuntura econômica indica que as perspectivas de futuro para as empresas de pequeno e médio porte são as mais sombrias dos últimos tempos.

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Setores que mais sofrem são os que dependem de exportaçõesFoto: ZB - Fotoreport

A crise atinge, desde meados de 2008, todos os países do mundo. Uma enquete realizada pela firma de consultoria econômica Creditreform aponta que as pequenas e médias empresas alemãs têm, desde então, tropeçado cada vez mais em problemas. Mesmo que os "pequenos" sejam menos conhecidos, são eles que sustentam a economia do país.

Aproximadamente 80% das empresas na Alemanha são familiares e de médio porte. Elas empregam mais de 65% dos funcionários no país e formam quase 80% de todos os aprendizes de cursos profissionalizantes. Além disso, essas empresas são responsáveis por mais de 40% de toda a receita tributável na Alemanha.

Prognósticos desastrosos

Sondermaschinenbau Calvörde GmbH
Investir na infraestrutura é essencial a longo prazoFoto: picture-alliance /ZB

Esse sustentáculo da economia está agora debilitado. Os atuais números de faturamento e lucro são os piores dos últimos 15 anos. A atmosfera é, nas mesma proporções, péssima: somente cerca de 30% dos empresários avaliam a situação atual como positiva. Para o futuro a curto prazo, eles tampouco esperam algo de bom: quase 40% deles acreditam que suas vendas irão cair futuramente e apenas 10% das empresas contam com maior faturamento.

A enquete foi realizada pela Creditreform em 4.200 pequenas e médias empresas que empregam até 500 funcionários. Helmut Rödl, membro da presidência da Creditreform, acredita que as perspectivas de redução do faturamento são "de tirar o fôlego" e as más perspectivas de lucro "desastrosas".

"Os programas conjunturais do governo federal só conseguiram frear minimamente a queda alucinante da economia", diz Rödl. Ele acredita que o início deste ano deverá registrar números tão negativos quanto o último trimestre de 2008.

Péssimas perspectivas de lucro

O número de encomendas está diminuindo, o faturamento também é menor e isso evidentemente se reflete nos lucros. No último ano, mais da metade das empresas que participaram da pesquisa apresentou uma redução nos lucros. Um aumento só foi registrado em menos de 10% das firmas em questão. E quase ninguém acredita que a situação vá melhorar em breve.

Muito pelo contrário: as expectativas para o futuro são ainda mais sombrias que aquelas do ano de 2003, marcado pela recessão. Somente 15% das firmas consultadas preveem um aumento em seus lucros. A maioria arma-se para poder sobreviver apesar da tendência negativa.

Pouca liquidez

Symbolbild Einkaufen in Deutschland
Comércio é prejudicado pelos efeitos da criseFoto: picture-alliance/ dpa

Mesmo conscientes de que não é aconselhável deixar a estrutura material de uma empresa envelhecer e de que é necessário estar armado para um próximo período de recuperação da economia, há no momento poucos recursos para investimentos. Se no ano passado 50% das empresas ainda podiam destinar recursos para investimento na própria estrutura, neste ano apenas 41% se veem em condições de fazer o mesmo.

Uma das razões é a falta de liquidez. Mais de 30% das empresas têm muito pouco capital próprio em função do recuo nas vendas e nos lucros. E está se tornando cada vez mais difícil conseguir empréstimos, afirmam 40% dos entrevistados. Os bancos, no momento, exigem mais garantias e taxas mais altas devido ao risco.

Manutenção de funcionários

Apesar das sombrias perspectivas para o futuro, a maioria das empresas pretende manter seus funcionários. "Afinal, sabe-se que depois da crise os profissionais qualificados serão recrutados de novo", diz Rödl. A situação é pior para trabalhadores pouco qualificados ou aqueles que estão empregados em regime temporário.

Arbeitslose Bundesagentur für Arbeit
Número de desempregados tende a crescerFoto: AP

Quando a economia se recuperar, seus postos de trabalho podem ser a qualquer momento ocupados por outros. Para evitar demissões no quadro de funcionários, a tática atual é encurtar as jornadas de trabalho e descontar da atual carga horária dos funcionários horas extras feitas anteriormente. Mesmo assim, quase 25% dos empresários tiveram que diminuir o número de funcionários no último ano.

Quem, no entanto, é bem qualificado, continuará a ser requisitado em tempos de crise, encontrando emprego mesmo em períodos de recessão. No momento, aproximadamente 12% das empresas que participaram da enquete estão procurando funcionários qualificados. E tão logo a conjuntura se recupere, as empresas de médio porte irão precisar ainda mais de pessoal qualificado, afirmam 25% dos entrevistados.

Autora: Insa Wrede

Revisão: Simone Lopes