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Empresas não precisam temer blogs, diz especialista

Andreas Leixnering (as)6 de junho de 2006

Para o observador de mídia Wolfgang Lünenbürger-Reidenbach, não há perigo real de que boatos infundados divulgados por sites causem prejuízos econômicos aos atingidos.

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Já há 70 milhões de diários online em todo o mundo e o número não pára de subirFoto: AP

Anotações online de um criador de coelhos do sul da Alemanha, relatos íntimos de casos amorosos, dicas para manicures: a maioria dos blogs é dedicada aos hobbys e às paixões de seus criadores, que revelam as suas experiências ao público, quase sempre pouco numeroso. A subjetividade é corrente.

Mas como nesse universo também se costuma especular sobre fabricantes e seus produtos, muitos empresas passaram a observar com mais atenção o conteúdo desses diários online. Afinal, jornalistas também bisbilhoteiam blogs – em busca de histórias exclusivas.

A gigante do setor de tabaco Philip Morris, que há pouco trocou seu nome para Altria, conheceu de perto as conseqüências de boatos mal-intencionados na internet. Segundo matéria do jornal Berliner Zeitung, sites árabes disseminaram a informação de que a multinacional produzia em Israel os cigarros comercializados no mercado árabe. Uma informação errada que – reproduzida por jornais iraquianos – levou de imediato a uma queda no faturamento da empresa.

Prejuízos

Mas nem todos compartilham do medo frente aos boateiros mal-intencionados de plantão. "A suposição de que os blogs sejam uma ameaça econômica séria para empresas é besteira", afirma o especialista em blogs da Agência Alemã de Observação da Imprensa, Wolfgang Lünenbürger-Reidenbach. A serviço de empresas dos mais diversos setores, ele e seus colaboradores passam na lupa, regularmente, cerca de 60 mil blogs em língua alemã.

Ele assegura não conhecer na Europa nenhum caso de prejuízos causados a uma empresa por meio de desinformações divulgadas com má intenção por diários online. No mundo dos blogueiros, notas equivocadas seriam rapidamente identificadas e corrigidas. Além disso, o alcance dos blogs ainda seria muito limitado. E mesmo que o seu conteúdo fique disponível por muito tempo, isso acaba facilitando a localização de notas falsas pelas empresas atingidas, acrescenta o especialista.

Jamba
Jamba: exemplo de como não se fazFoto: picture-alliance/dpa

Segundo estimativas, há cerca de 70 milhões de blogs em todo o mundo – com acelerada tendência de crescimento. Empresas que oferecem serviços de blog monitoring sistemático não precisam se preocupar com a falta de trabalho. Com os assim chamados harvesters, elas examinam sites, fóruns e blogs. Com a ajuda de palavras-chave, esses robôs de busca avaliam se um produto ou uma marca é apresentada de forma negativa ou positiva. Mas o que fazer caso uma empresa seja atacada num blog?

Não processe ninguém

"Nada de pânico, o melhor é ficar quieto", aconselha Reidenbach. Reagir de forma enérgica é contraproducente. E, principalmente: "Não processe ninguém" – pois essa atitude afeta mesmo a reputação da empresa. Caso o boato não desapareça por si só, deve-se solicitar abertamente a correção da informação.

No ano passado, a empresa Jamba, que comercializa toques para celular, mostrou como não se faz. O blog berlinense Spreeblick criticou práticas empresariais da Jamba em relação aos clientes jovens. Em resposta, funcionários da empresa encheram o blog com comentários positivos sobre o seu empregador – tudo de forma anônima. Quando eles foram descobertos, não só o blog, mas toda a mídia alemã ridicularizou a Jamba.