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Entrada de dólares supera saída em 9,4 bilhões em 2015

7 de janeiro de 2016

Banco Central divulga saldo positivo no fluxo comercial, mas negativo no segmento financeiro do ano passado. Além disso, BC tem prejuízo de 89,6 bilhões de dólares no mercado futuro devido à alta da moeda americana.

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Foto: picture-alliance/dpa

O Banco Central (BC) comunicou que, em 2015, mais dólares entraram do que saíram no Brasil. De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (06/01), o saldo positivo de entrada e saída de dólares do país fechou o ano em 9,414 bilhões de dólares. Em dezembro, o saldo ficou negativo em 2,146 bilhões de dólares. Já no mercado de futuro, o BC teve prejuízo de mais de 89,6 bilhões de dólares.

No ano, o fluxo comercial (operações de câmbio relacionadas a exportações e importações) ficou positivo em 25,486 bilhões de dólares, enquanto o segmento financeiro (investimentos estrangeiros diretos, em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior, entre outras operações) registrou saldo negativo de 16,071 bilhões de dólares.

A entrada ou saída de dólares no país é um dos fatores que influenciam a cotação da moeda. Quando há mais dólares no país, a tendência é haver uma redução da cotação. Mas outros fatores afetam a cotação da moeda, como o aumento dos juros nos Estados Unidos.

Os juros mais altos atraem dinheiro para economias avançadas, provocando a fuga de capitais financeiros de países emergentes, como o Brasil. A desaceleração da China também gera efeitos no Brasil, país exportador de commodities (bens primários com cotação internacional). Isso porque a segunda maior economia do planeta é grande consumidora de matérias-primas como ferro e petróleo e de produtos agrícolas como soja.

A diminuição do crescimento da economia chinesa se reflete em redução de preços das commodities. Com exportações mais baratas, menos dólares entram no país, empurrando para cima a cotação da moeda americana.

As incertezas políticas e as expectativas ruins para a economia brasileira também influenciam a cotação. No cenário turbulento do ano passado, o dólar oscilou constantemente e bateu recordes. Em reação às incertezas políticas e econômicas do país e à conjuntura internacional, a moeda iniciou o ano perto dos 2,70 reais. Em setembro chegou a atingir a marca de 4,24 reais, recorde histórico.

Banco Central tem prejuízo bilionário no mercado futuro

Outro fator que afeta a cotação do dólar são as intervenções do BC no mercado de câmbio, com venda de dólares no mercado futuro. Segundo os dados divulgados nesta quarta-feira, as perdas do BC em operações equivalentes à venda de dólares no mercado futuro chegaram a 89,657 bilhões de dólares, em 2015.

O BC voltou a vender dólares no mercado futuro para segurar a cotação da moeda americana e oferecer proteção cambial para as empresas em momentos de forte oscilação da cotação, em maio de 2013, quando os EUA iniciaram a redução das injeções de dólares na economia mundial. Em agosto daquele ano, o programa se tornou permanente, com o BC ofertando diariamente contratos de mercado futuro.

O programa durou até março de 2015, quando o Banco Central parou de ofertar novos lotes. Desde então, a autoridade monetária passou apenas a rolar os vencimentos.

PV/abr/ots