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Crise no Equador

1 de outubro de 2010

A rebelião de parte da força policial no Equador chama a atenção da comunidade internacional e desperta fantasmas do passado. A Deutsche Welle conversou com uma especialista alemã da Fundação Friedrich Ebert, em Quito.

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Revolta na capital do EquadorFoto: AP

As forças policiais tomaram a Assembleia Nacional do Equador nesta quinta-feira (01/10), segundo agências de notícias, o presidente do país, Rafael Correa, denunciou uma tentativa de golpe. O ministro de Segurança Interna e Externa, Miguel Carvajal, classificou os fatos como "um processo de desestabilização da democracia" no país andino.

As reações internacionais de apoio a Correa chegaram rapidamente. A Espanha fez um pronunciamento claro: "Devido à notícia de uma tentativa de golpe na República do Equador, o governo da Espanha condena veementemente qualquer violação da legalidade constitucional e reafirma o seu apoio ao governo legítimo e às instituições democráticas do Equador", dizia um comunicado divulgado pelo ministério das Relações Exteriores em Madri.

Motim policial

"É preciso se destacar que não foi um levante da polícia, mas sim de uma parte da polícia", disse à Deutsche Welle a diretora do escritório em Quito da Fundação Friedrich Ebert, Claudia Detsch. A especialista alemã acredita que esse foi mais do que um protesto político contra o presidente Rafael Correa, que está no governo desde 2007 e em seu segundo mandato, "foi um protesto contra a redução dos vencimentos dos policiais".

No entanto, num país onde muitas mudanças repentinas de governo fizeram história, uma revolta como esta pareceu familiar e despertou os fantasmas e os medos do passado. No entanto, segundo Detsch, o alto índice de apoio popular ao presidente Correa e o apoio declarado pelos líderes militares ao governo democrático pode significar que o país andino não enfrentará instabilidade política nos próximos dias.

Medo da insegurança

"Não se vê como vantajoso um retorno a uma situação absolutamente instável. Acho que não haveria apoio a um golpe de Estado", analisa Detsch, que, no entanto, sublinha a existência de uma maior polarização entre a população.

Por outro lado, destaca Detsch, "é realmente perigosa a situação de desordem nas ruas; se não houver polícia, a preocupação com segurança é maior. Agora, muitas pessoas apoiam o presidente e o governo. Portanto, se houver protestos, poderá haver confrontos entre diferentes grupos, ou seja, mais do que um golpe de Estado, teme-se a insegurança nas ruas e confrontos entre grupos a favor e contra o presidente Correa".

Contudo, embora seja muito cedo para avaliar o real risco, a cientista política alemã não vê motivos para que isso aconteça. E acredita que, se houvesse novas eleições, o povo equatoriano optaria por Rafael Correa. Isso se deve ao fato de Correa ter uma taxa de aprovação bastante alta e ao sentimento de muitos equatorianos de não quererem voltar atrás, ao tempo de incertezas.

Autora: Mirra Banchón (np)
Revisão: Roselaine Wandscheer

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