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Equador transfere sede do governo em meio a protestos

8 de outubro de 2019

Gabinete de Lenín Moreno deixa Quito e se instala em Guayaquil enquanto aumentam as tensões na capital. Presidente acusa seu antecessor, Rafael Correa, de tentar promover um golpe de Estado com ajuda da Venezuela.

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Indígenas e outros grupos de manifestantes protestam contra as políticas do governo de Lenín Moreno no Equador
Indígenas e outros grupos de manifestantes protestam contra as políticas do governo de Lenín Moreno no EquadorFoto: Getty Images/AFP/R. Buendia

O presidente do Equador, Lenín Moreno, ordenou a evacuação do palácio presidencial e a transferência da sede do governo em Quito para Guayaquil, em razão do recrudescimento dos protestos e a chegada de milhares de manifestantes à capital. Ele ainda acusou o ex-presidente Rafael Correa de tentar um golpe de Estado no país.

Manifestantes voltaram às ruas após as Forças Armadas evacuarem o Palácio de Carondelet e transferirem o presidente para Guayaquil, na noite desta segunda-feira (07/10). De lá, Moreno transmitiu um pronunciamento em rede nacional para pedir calma e tentar fazer aceno aos movimentos sociais, ao mesmo tempo em que acusou seu antecessor de promover a desestabilização do país.

"Me transferi para Guayaquil e transferi a sede do governo a esta querida cidade, de acordo com as atribuições constitucionais que me competem", disse o presidente. "O que está acontecendo não é uma manifestação social de protesto por uma decisão do governo. Há uma manifestação política para romper a ordem democrática", afirmou, cercado de generais em uniformes de combate e acompanhado do vice-presidente, Otto Sonneholzner.

Moreno culpou Correa, que presidiu o país entre 2007 e 2017, de estar por trás das tentativas de desestabilizar seu governo. Ele afirmou não ser coincidência que vários líderes do antigo governo de esquerda tenham viajado à Venezuela há poucos dias, segundo afirma, para conspirar juntamente com o presidente do país, Nicolás Maduro.

"O sátrapa do Maduro ativou junto a Correa seu plano de desestabilização", acusou Moreno. "São os corruptos que sentiram os passos da Justiça os cercando para que eles respondam [por suas ações], são eles que estão por trás dessa tentativa de golpe de Estado e estão usando e instrumentalizando alguns setores indígenas, se aproveitando de sua mobilização", sublinhou.

O presidente acusou os apoiadores de Correa de "financiarem as agressões e os saques" com o dinheiro que teriam "roubado" durante o governo esquerdista.

Ele alertou que "indivíduos pagos e organizados" participaram da mobilização dos indígenas com objetivo de promover saques e desestabilizar o país e fez um convite às comunidades indígenas para "um diálogo sincero", dizendo que esta "é uma porta que jamais se fechou".

Forças de segurança tentam conter protestos em Quito, no Equador, em foto de 7 de outubro
Centenas de pessoas foram detidas durante a onda de protestos que ocorre desde o início de outubro no EquadorFoto: Getty Images/AFP/R. Buendia

Na segunda semana de protestos no Equador, novos confrontos entre a polícia e manifestantes ocorreram na capital, onde também houve grande destruição de propriedades públicas. Os distúrbios começaram após o governo adotar uma série de medidas e cortes, incluindo o cancelamento dos subsídios estatais aos combustíveis.

Os protestos tiveram a participação de grupos de esquerda, sindicalistas e jovens de diferentes afiliações políticas de oposição, que receberam o apoio de grupos de indígenas. Um dos distúrbios mais fortes ocorreu na praça de Santo Domingo, a algumas centenas de metros da sede do governo, de onde a polícia teve de se retirar em razão do avanço dos manifestantes.

RC/efe /afp

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