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nova estratégia contra o terror

(av)7 de janeiro de 2007

O premiê espanhol reconheceu pela primeira vez o fracasso das negociações de paz com o grupo extremista ETA. Não admitindo haver cometido erros, Zapatero quer formar uma aliança nacional antiterror.

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Zapatero (dir.) entre os escombros do aeroporto de BarajasFoto: AP

"A partir do atentado contra o aeroporto, o diálogo com a ETA e o processo de paz chegaram a um ponto final", declarou o chefe de governo espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero, durante uma cerimônia militar em Madri, neste sábado (06/01). Dessa forma, ele reconheceu publicamente, pela primeira vez, o fracasso de seus planos de paz.

Entretanto, o premiê rejeitou qualquer tipo de autocrítica. "Nada indica que se haja cometido erros." Segundo o jornal ABC, 70% da população da Espanha é da opinião que Zapatero perseguiu uma linha errada em relação ao País Basco.

Ele é acusado de, nos últimos meses, haver negligenciado sinais de que a organização separatista estava se armando. O governo socialista de Zapatero iniciara diálogo com a ETA (Eskadi Ta Askatasuna – Pátria Basca e Liberdade), depois que, em março de 2006, esta declarara um "cessar-fogo permanente".

Frente nacional contra o terror

Um gabinete de crise do governo decidiu reunir os partidos democráticos espanhóis numa frente antiterror. À pretendida aliança deverão pertencer não apenas os partidos conservadores de oposição, mas também agrupamentos menores, como os nacionalistas bascos, que formam o governo daquela região autônoma.

Na próxima terça e quarta-feira, o ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, conversará com os diversos chefes de bancada, a fim de estabelecer uma estratégia comum de combate ao terrorismo. Na semana de 15 de janeiro Zapatero explicará então ao Parlamento como pretende proceder.

Forças antagônicas na ETA?

Em sua edição deste domingo, El País revelou que, ao reunir-se em meados de dezembro último, representantes do governo e da ETA haviam ventilado a possibilidade de um novo encontro em janeiro ou fevereiro. O diário deduz que o atentado de 30 de dezembro provavelmente ocorreu sem o conhecimento dos negociadores.

Segundo informações anteriores da mídia espanhola, houvera um encontro em Ancara, em 22 de dezembro, entre representantes de Madri e três enviados da ETA, dentre os quais o líder máximo do grupo, Josu Urrutikoetxea, considerado moderado.

Confiança real na democracia

O rei Juan Carlos conclamou os espanhóis à unidade na luta contra o terror da organização clandestina basca. "Se nos mantivermos unidos, venceremos o terrorismo."

Num discurso neste sábado, diante de diversas personalidades nacionais, entre as quais o primeiro-ministro Zapatero, o soberano condenou os "cruéis e desprezíveis atos dos terroristas". Para o combate à "barbárie terrorista", confia plenamente na solidez das instituições democráticas e nos instrumentos do Estado de direito, assegurou.

Protestos no País Basco

Polizei bei Demonstration von Anhängern der ETA im Baskenland
Protestos violentos no País BascoFoto: picture-alliance/dpa

Na cidade basca de San Sebastián, na costa norte da Espanha, a polícia recorreu à violência para dissolver uma manifestação ilegal de adeptos da ETA, pela libertação de prisioneiros da organização.

Apesar de uma ordem de interdição, milhares de manifestantes insistiram em participar de um comício no velódromo de Anoeta. Os agentes de segurança bloquearam o local, e em resposta os manifestantes atearam fogo a contêineres de lixo e veículos, inclusive um carro de polícia. As autoridades responderam com gás lacrimogêneo e balas de borracha, prendendo três participantes dos protestos.