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Estratégia comercial

10 de novembro de 2010

Na apresentação de sua estratégia para os próximos cinco anos, comissário de Comércio da UE, Karel de Gucht, fez apelo por conclusão da Rodada de Doha. Acordo com Mercosul será prioridade da União Europeia em 2011.

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O belga Karel de Gucht, comissário do Comércio da UEFoto: picture-alliance/dpa

A União Europeia (UE) almeja uma nova estratégia comercial para assegurar crescimento, diminuir barreiras mercantis e possibilitar melhor acesso de matérias-primas, produtos e serviços europeus ao mercado global.

Durante a apresentação de sua política comercial para os próximos cinco anos, o comissário europeu de Comércio, Karel de Gucht, fez nesta terça-feira (9/11) um apelo contra o protecionismo, pleiteando um tratado global de comércio no próximo ano e medidas de retaliação contra economias que fecham seus mercados, que incluem potências emergentes como a China.

"A Europa rejeita o protecionismo", disse De Gucht, acrescentando que essa será a mensagem da União Europeia na cúpula do G20, agendada para esta semana em Seul. "Eu agirei contra as terríveis medidas protecionistas estabelecidas por outros países", alertou.

Doha é "prioridade absoluta"

Em um documento de 23 páginas, a Comissão Europeia afirma que a conclusão da Rodada de Doha é uma "prioridade absoluta" e que objetiva concluir as negociações até, "o mais tardar", o fim de 2011.

As negociações de Doha começaram em 2001, tendo como meta o fim dos obstáculos mercantis que prejudicam as nações mais pobres. Mas as discussões foram interrompidas, entre outros motivos, devido à falta de acordo sobre quanto EUA e Europa devem cortar em suas políticas de subvenções agrícolas e quanto países como Índia, China e Brasil devem reduzir de suas tarifas alfandegárias.

Segundo De Gucht, um acordo poderia aumentar o comércio mundial em mais de 300 bilhões de euros por ano e a renda mundial em mais de 135 bilhões de euros. De acordo com a Comissão Europeia, 2011 "representa a próxima boa oportunidade para concluir um acordo ambicioso, equilibrado e amplo, para o qual todos os maiores agentes darão uma contribuição importante e pelo qual todos os agentes, grandes ou pequenos, serão beneficiados".

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, também fez um apelo para que haja um acordo em torno da Rodada de Doha no próximo ano, como uma forma de combater o protecionismo. "O maior perigo que nos aflige é o protecionismo, e ainda não fizemos o suficiente para assegurar um comércio genuinamente livre", afirmou a chefe de governo alemã em entrevista ao jornal Financial Times.

Acordos com Índia e Mercosul

Bundeskanzlerin Angela Merkel Regierungserklärung
Merkel vê protecionismo como grande perigoFoto: dapd

Entre as prioridades especiais da UE para o próximo ano estão, ainda segundo o texto apresentado por Karel De Gucht, acordos bilaterais de comércio com Índia e com o Mercosul.

A Comissão Europeia também propôs passos para a melhoria do acesso de empresas europeias a contratos governamentais no exterior. O documento afirma que a Comissão Europeia irá propor uma legislação no próximo ano para criar um instrumento europeu para "assegurar uma melhor simetria no acesso a licitações públicas" em grandes economias emergentes.

Companhias europeias reclamam frequentemente de dificuldades em conseguir acesso a contratos públicos em países como a China, Rússia e Japão. "Temos que ajudar empresas europeias de todos os tamanhos a acessar os mercados globais," disse De Gucht.

Reciprocidade

"Onde a UE está aberta, como nas licitações públicas, temos que assegurar que firmas europeias também possam se beneficiar dos mesmos termos no acesso aos nossos mercados parceiros," complementou.

"Dessa forma, uma empresa chinesa conseguiu um contrato para construir uma estrada na Polônia, um contrato subvencionado pela União Europeia", comentou o comissário, acrescentando que, ao mesmo tempo, a China tem seu mercado de obras públicas fechado para empresas europeias.

MD/afp/dapd/dpa
Revisão: Carlos Albuquerque