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Estudantes descobrem dente humano de 560 mil anos

28 de julho de 2015

Estudantes franceses de arqueologia encontram fóssil que pode ser 100 mil anos mais velho do que o Homem de Tautavel, uma subespécie do Homo erectus. Descoberta pode dar pistas sobre linhagem hereditária dos neandertais.

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Os estudantes Valentin Loescher e Camille Jacquey foram os responsáveis pela descobertaFoto: Denis Daina/Epcc-Cerp Tauvate

Estudantes franceses de arqueologia descobriram, em Tautavel, na França, um dente humano de cerca de 560 mil anos. Pesquisadores classificaram, nesta terça-feira (28/07), o fóssil como uma "grande descoberta" que pode completar o quebra-cabeça sobre a linhagem neandertal. O fóssil foi nomeado Arago 149.

"Essa é uma grande descoberta, porque encontramos muito poucos fósseis humanos deste período na Europa", disse a paleoantropóloga Amelie Viallet. "Um grande dente adulto – não podemos afirmar se ele era de um homem ou de uma mulher – foi descoberto durante escavações de solos que sabemos ter entre 550 mil e 580 mil anos de idade, porque usamos diferentes métodos de datação."

O dente foi encontrado pela estudante Camille Jacquey, de 16 anos, que estava trabalhando como voluntária junto com o colega Valentin Loescher na Caverna de Arago, um já famoso sítio arqueológico nos Pireneus franceses, no sul do país. Na região foi descoberto o Homem de Tautavel, uma subespécie do Homo erectus que teria vivido há 450 mil anos. Ou seja, o dente humano encontrado precede o Homem de Tautavel em cerca de 100 mil anos.

Frankreich Studenten finden 560.000 Jahre alten Zahn
O fóssil humano pode prover algumas respostas sobre a linhagem hereditária dos neandertais na EuropaFoto: Denis Daina/Epcc-Cerp Tauvate

"Esta é uma peça do quebra-cabeça que faltava para ajudar a responder à pergunta crucial: o Homem de Neandertal, de 120 mil anos atrás, provém de uma linha única?", explica Viallet.

O geoarqueólogo Christian Perrenoud, que trabalha no sítio arqueológico de Tautavel, também comemorou a descoberta do dente, mas afirmou que ainda há muito a ser explorado no local. "Estamos bastante confiantes de que o sítio tem muito mais para revelar", disse.

Perrenoud, no entanto, afirmou ser improvável que o esqueleto do proprietário do dente seja encontrado, pois enterros não eram realizados na época, mas a equipe de escavação esperar encontrar outros ossos.

"Restos humanos de entre 500 mil e 800 mil anos são mais do que escassos na Europa, atualmente. E este dente preenche um pouco a lacuna", explicou Perrenoud.

A Caverna de Arago tem sido uma "mina de ouro" para arqueólogos ao longo dos últimos 50 anos. Neste tempo, eles desenterraram mais de 600 mil objetos de interesse.

Em 2011, pesquisadores na caverna descobriram um dente de leite, sugerindo que o Homo heidelbergensis – provável ancestral do Homo sapiens na África e dos neandertais na Europa – teve uma vida familiar na caverna.

PV/rtr/ots