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EUA anunciam criação de exército espacial

10 de agosto de 2018

Governo Trump propõe legislação para estabelecer até 2020 uma nova força dedicada a conter "crescentes ameaças à segurança que surgem no espaço". Se projeto for aprovado, EUA passaria a ter seis departamentos militares.

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Mike Pence
Mike Pence: "Nossos adversários já transformaram o espaço em um novo campo de batalha"Foto: picture-alliance/dpa/E. Vucci

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, anunciou oficialmente nesta quinta-feira (09/08) um projeto que parece ter saído de uma história de ficção científica: a criação de uma nova força militar americana dedicada à segurança no espaço sideral.

Segundo Pence, o espaço já se transformou em um "novo campo de batalha" e governos anteriores negligenciaram "as crescentes ameaças à segurança que surgem no espaço".

"Chegou o momento de estabelecer um Exército Espacial. Este documento estabelece os passos exatos a serem dados para criar uma Força Espacial", declarou Pence durante um ato oficial no Pentágono, no qual foi apresentada uma recomendação do Departamento de Defesa para a criação da força. A proposta será enviada ao Congresso.

"A Força Espacial está a caminho", escreveu pouco depois no Twitter o presidente Donald Trump. Desde que assumiu a Presidência, Trump já havia falado quatro vezes em criar a nova força.

Se o projeto for aprovado, a "Força Espacial" pode se tornar o sexto departamento militar dos EUA, ao lado do Exército, da Força Aérea, da Marinha, do Corpo de Fuzileiros Navais e da Guarda Costeira.

Na proposta, o governo pede que o Congresso destine 8 bilhões de dólares nos próximos anos para a criação da nova força. O objetivo do governo Trump é que ela já esteja em funcionamento em 2020.

O documento ainda estabelece quatro passos para a criação do novo exército. O primeiro seria a criação de um "Comando do Espaço". Em segundo lugar, seria iniciado o processo de formação de tropas, cuja missão será se concentrar na segurança espacial.

Além disso, seria estabelecida uma Agência Espacial voltada para a "pesquisa e inovação" com o objetivo de dotar o Pentágono de todos os recursos necessários para realizar esta nova missão.

Por último, o quarto passo seria nomear um novo subsecretário de Defesa para o Espaço, que seria um civil com a tarefa de garantir que sejam cumpridos "os prazos e objetivos" estabelecidos.

Os EUA, assim como Rússia e China, são signatários do Tratado do Espaço Exterior, assinado em 1967, que proíbe a instalação no espaço de armas de destruição em massa e estabelece regras para a exploração dos corpos celestes apenas para fins pacíficos. Só que, segundo Pence, iniciativas dos russos e dos chineses têm lançado novos desafios.

"Nossos adversários já transformaram o espaço em um novo campo de batalha", justificou Pence, que deu como exemplo a destruição por parte da China de um dos seus próprios satélites com um míssil e o desenvolvimento de um laser capaz de bloquear as infraestruturas espaciais por parte da Rússia.

A iniciativa, no entanto, deve gerar resistência por parte dos deputados e senadores da oposição. Alguns democratas já criticaram os planos. O senador Brian Schatz disse que o anúncio mostra que os republicanos não conseguem dissuadir Trump de uma péssima ideia.

"Mesmo que a ‘Força Espacial' não seja criada, é perigoso que tenhamos um líder que não possa ser dissuadido de ideias loucas", disse.

O ex-astronauta da Nasa Mark Kelly afirmou no Twitter que a ideia é supérflua, já que várias das atribuições previstas para a novo exército já são de responsabilidade da Força Aérea. "O que vai vir a seguir? Deslocar os submarinos da Marinha para um sétimo departamento e chamá-lo de Força Submarina?”, questionou.

JPS/efe/rtr/ots

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