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EUA divulgam fotos de torturados em prisões militares

6 de fevereiro de 2016

Muitas das imagens mostram lesões ou contusões leves, comparadas às tiradas na prisão iraquiana de Abu Ghraib e divulgadas pela imprensa em 2004. ONG pede liberação de um total de 2 mil fotografias.

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Associação de liberdades civis critica divulgação seletivaFoto: picture alliance/AP Photo/Department of Defense

O Pentágono divulgou 198 fotografias inéditas que mostram maus-tratos aplicados contra detidos no Iraque e Afeganistão na década de 2000. Muitas das imagens mostram lesões ou contusões leves, comparadas àquelas divulgadas pela imprensa em 2004. Tiradas na prisão iraquiana de Abu Ghraib, elas geraram repreensão internacional e levaram à condenação de soldados americanos.

Segundo o Departamento de Defesa dos EUA, as imagens divulgadas nesta sexta-feira (05/02) foram tiradas entre 2004 e 2006. Todas preservam a identidade dos detentos, e pouco ou nenhum contexto indica como eles foram feridos.

Segundo um porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, um militar foi condenado à prisão perpétua sob acusação de torturas, como resultado de investigações nas Forças Armadas. Um total de 65 militares teria sido punido por crimes relacionados às ofensivas militares americanas no Oriente Médio e no Afeganistão.

A divulgação das fotografias ocorreu atendendo a um pedido à Justiça, feito em 2004 pela associação de defesa das liberdades civis American Civil Liberties (Aclu). Invocando o respeito à lei de liberdade de informação, a organização exige a divulgação de 2 mil fotografias.

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Muitas das imagens mostram lesões ou contusões leves, comparadas de Abu GhraibFoto: picture alliance/AP Images/Department of Defense

Em 2009, o presidente Barack Obama decidiu acatar o pedido, mas o Congresso impediu, aprovando uma lei que permite o Departamento de Defesa reter imagens sob certas condições, como, por exemplo, se expuserem cidadãos ou militares americanos a perigo.

No final de 2015, o atual secretário de Defesa americano, Ashton Carter, decidiu suspender o veto a 198 das imagens. A Aclu saudou a decisão, mas ao mesmo tempo criticou a relutância do governo em liberar as imagens restantes.

"Manter em segredo as outras fotografias é a melhor prova de que ocorreram abusos graves em prisões militares", disse o representante da Aclu, Jameel Jaffernun. "Estas imagens selecionadas podem induzir o público a erro quanto à verdadeira dimensão dos abusos."

PV/afp/ap/rtr