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Top Kill

27 de maio de 2010

Novos cálculos apontam que o desastre no Golfo do México pode ser maior do que o do Exxon Valdez, em 1989. BP consegue bloquear temporariamente o vazamento, mas mantém cautela sobre o sucesso da operação.

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Imagem do vazamento divulgada pela BPFoto: picture alliance/dpa

Vinte e quatro horas depois do início da operação Top Kill, comandada pela petroleira britânica BP para conter o vazamento de petróleo no Golfo do México, ainda não estava claro se a intervenção fora bem-sucedida.

Na manhã desta quinta-feira (27/05), autoridades americanas anunciaram que o vazamento havia sido contido. "Eles conseguiram estabilizar a entrada do poço, eles estão jogando lama lá dentro. Eles interromperam a saída dos hidrocarbonetos", declarou Thad Allen, chefe da Guarda Costeira, que coordena as ações de combate, a uma rádio americana.

No entanto, o feito foi comunicado com cautela: "Todos estão cautelosamente otimistas, não há motivo para se declarar vitória ainda. Nós precisamos acompanhar a situação com muitíssimo cuidado", adicionou Allen.

Um porta-voz da BP também disse mais tarde que a operação continuava e que não havia confirmação de sucesso. Numa entrevista a uma emissora americana, Robert Dudley, diretor da BP, foi cauteloso e disse apenas que a Top Kill estava decorrendo da maneira prevista.

A operação da BP, empresa britânica que explorava a poço a partir de uma plataforma em águas profundas, começou na tarde da última quarta-feira. A ação consiste em injetar no poço uma mistura composta por água, matéria sólida e barita para, depois, selar o poço com cimento.

Segundo Allen, os engenheiros que trabalham na operação conseguiram injetar lama o suficiente na ruptura para reduzir a pressão e evitar que o petróleo e o gás escapassem.

Ölpest / USA / Golf von Mexiko / BP / NO-FLASH
Foto registrada em 6 de meio mostra mancha provocada por vazamentoFoto: AP

Escala do acidente

Autoridades americanas disseram que a extensão do desastre é muito maior do que o anteriormente calculado. Marcia McNutt, diretora do Centro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos, disse nesta quinta-feira que entre 12 mil a 25 mil barris de petróleo – 1,9 milhão de litros a 3,97 milhões de litros – estão sendo despejados diariamente no Golfo do México.

A estimativa é preliminar, ressaltou McNutt. O cálculo é uma situação complexa e dinâmica, acrescentou.

A BP havia estimado, anteriormente, que o vazamento do poço estaria liberando cerca de 5 mil barris por dia. A empresa não quis comentar os números anunciados por McNutt.

A explosão da plataforma Deepwater Horizont, ocorrida em 20 de abril último, provocou a morte de 11 pessoas e ocasionou uma ruptura no poço, que passou a liberar petróleo no mar.

Se os dados apresentados por McNutt se confirmarem, o vazamento no Golfo do México será o pior acidente do tipo nos Estados Unidos. Em março de 1989, o petroleiro Exxon Valdez chocou-se com um recife no Alaska e despejou aproximadamente 260 mil barris de óleo no mar.

McNutt calcula que 270 mil barris já vazaram para o mar desde a explosão da plataforma Deepwater Horizont.

Suspensão

Depois de a contaminação ter atingido 160 quilômetros da costa americana, o presidente Barack Obama estendeu para seis meses a suspensão das atividades de abertura de poços em águas profundas.

Os planos de exploração de petróleo na costa do Alasca também devem ser adiados até que uma comissão presidencial faça uma nova avaliação. Os projetos para conceder direitos de exploração na parte oeste do Golfo do México e da costa da Virgínia também estão cancelados.

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Site da BP mostra operação Top Kill ao vivoFoto: picture alliance/dpa

Efeitos do desastre

Também nesta quinta, a chefe da agência que supervisiona explorações de petróleo em águas profundas renunciou diante da situação problemática. Elizabeth Birnbaum deixou o posto horas antes da coletiva de imprensa sobre o vazamento, concedida por Obama.

O Serviço de Gerenciamento de Minerais, comandado por Birnbaum, foi duramente criticado por legisladores de ambos os partidos americanos, que a acusaram de fazer uma fraca supervisão da atividade nos postos de perfuração e de manter relação próxima com a indústria.

NP/afp/dpa/lusa/rts
Revisão: Alexandre Schossler