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EUA negociam com talibãs em Doha sobre paz no Afeganistão

3 de agosto de 2019

Representantes americanos iniciam diálogo com grupo insurgente que se recusa a negociar com o governo afegão, tachando-o de "marionete" de Washington. Número de mortos e feridos civis no país bateu recorde em julho.

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Delegados talibãs e americanos à mesa de negociações sobre acordo de paz em Doha, Catar
Conversações de paz em Doha, Catar, excluem representantes do governo afegãoFoto: picture-alliance/dpa/AP Photo/Qatar Ministry of Foreign Affairs

Negociadores dos Estados Unidos e do Talibã iniciaram neste sábado (03/08) uma nova rodada de negociações na capital do Catar, Doha, visando dar fim a 18 anos de guerra no Afeganistão. Delegados de ambos os lados descreveram a fase atual de negociações como "a mais crucial".

Observadores estimam que um acordo de paz poderá ser alcançado antes de 13 de agosto, permitindo que as forças estrangeiras deixem a nação dilacerada pela guerra civil.

O enviado americano para a paz na república islâmica, Zalmay Khalilzad, enfatizou, em mensagem: "Estamos perseguindo um pacto de paz, não de retirada. Um pacto de paz que permita uma retirada. Nossa presença no Afeganistão é baseada em condições, e qualquer retirada será condicional." E concluiu: "Estamos prontos para um bom acordo."

Segundo porta-vozes do Talibã, uma equipe de negociação com 19 membros representará o grupo insurgente em Doha. "A questão da retirada de tropas prolongou as conversações de paz e atrasou o acordo", comentou um alto comandante talibã à agência de notícias Reuters, sob condição de anonimato.

Mais de 20 mil soldados estrangeiros, a maioria americanos, encontra-se no país asiático como parte de uma missão da Otan liderada pelos EUA, com a finalidade de treinar, assistir e aconselhar forças afegãs.

O presidente afegão, Ashraf Ghani, declarou recentemente que "a paz está chegando" à nação devastada pela guerra, porém até agora seu governo tem sido excluído das conversas de paz com o Talibã. O grupo insurgente se recusa terminantemente a negociar com o governo Ghani, que classifica como "regime marionete" de Washington.

Os insurgentes detêm atualmente controle sobre mais territórios do que em qualquer outro momento, desde que a coalizão internacional liderada pelos EUA derrubou seu regime, em 2001. Ao mesmo tempo, as baixas entre civis retornaram a níveis recorde, desde maio de 2017: segundo dados divulgados pela ONU neste sábado, mais de 1.500 civis foram mortos ou feridos no conflito em julho.

O presidente Donald Trump alega que pretende reduzir as forças de combate no Afeganistão até a próxima eleição presidencial em seu país, em novembro de 2020, declarou recentemente o secretário de Estado Mike Pompeo.

AV/rtr,afp

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