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EUA notificam ONU sobre retirada do Acordo de Paris

4 de novembro de 2019

Notificação marca o primeiro passo formal para que os americanos abandonem o pacto climático. Processo deve se estender por um ano. Saída do acordo havia sido promessa de campanha de Donald Trump.

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US-Präsident Donald Trump
Foto: Getty Images/AFP/B. Smialowski

O governo dos Estados Unidos iniciou nesta segunda-feira (04/11) o processo formal para retirar o país do Acordo de Paris, o maior pacto já elaborado para enfrentar a crise climática e que estabelece um plano de ação mundial para limitar o aquecimento global.

"Hoje, os EUA começaram o processo de saída do Acordo de Paris. Conforme os termos do acordo, os EUA apresentaram uma notificação formal de sua retirada às Nações Unidas. A saída terá efeito um ano depois da entrega da notificação", informou em comunicado o secretário de Estado, Mike Pompeo.

A notificação marca o primeiro passo formal em um processo de um ano para que o país deixe o pacto global de combate às mudanças climáticas. Pelo calendário, a saída definitiva do país não deve ocorrer até as próximas eleições presidenciais dos EUA, na qual o presidente Donald Trump pretende tentar a reeleição.

No Twitter, Pompeo ainda afirmou: "Os EUA têm orgulho do seu histórico como líder mundial em reduzir todas as emissões, promover a resiliência, aumentar nossa economia e garantir energia para nossos cidadãos. Nosso modelo é realista e pragmático."

Trump anunciouno dia 1º de junho de 2017 que os Estados Unidos se retirariam da resolução contra a crise climática, cumprindo uma promessa de campanha. O pedido anda não havia sido formalizado devido a questões contratuais do próprio acordo.

À época do anúncio da saída, Trump disse que negociaria um eventual retorno ao acordo climático em termos "mais justos para os EUA".

"Para cumprir o meu dever solene de proteger os Estados Unidos e os seus cidadãos, os EUA vão se retirar do acordo climático de Paris, mas iniciam as negociações para voltar a entrar no acordo de Paris ou em uma transação inteiramente nova em termos justos para os Estados Unidos, suas empresas, seus trabalhadores, suas pessoas, seus contribuintes ", disse Trump na ocasião.

Mais de 190 países participaram da conferência da ONU na capital francesa em 2015. Após intensas discussões, foi fechado um acordo que estabeleceu que o aumento da temperatura da Terra deveria ser limitado a 2º C acima dos níveis pré-industriais.

Os países signatários concordaram em atingir "um pico das emissões de gases-estufa o mais cedo possível" e, "em seguida, iniciar reduções rápidas para chegar a um equilíbrio entre as emissões" originadas por atividades humanas e aquelas "absorvidas pelos sumidouros de carbono durante a segunda metade do século", uma referência às florestas, mas também às técnicas de captação e armazenamento de CO2 emitido para a atmosfera.

Uma vez concluído o processo de retirada, os EUA se unirão à Nicarágua e à Síria, os únicos dois países que não assinaram os compromissos assumidos em Paris.

John Kerry, que era o secretário de Estado dos EUA quando o Acordo de Paris foi assinado em 2015, escreveu um artigo de opinião no jornal The Washington Post no qual classifica a retirada formal do pacto como "um dia sombrio para os EUA".

"O presidente Trump deu o passo que prometeu em 2017 para retirar oficialmente os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre a Mudança Climática, que todos os outros países da Terra assinaram. Isto não é os EUA em primeiro lugar. Mais uma vez, é os EUA em isolamento", escreveu Kerry juntamente com o ex-secretário de Defesa do país, Chuck Hagel.

JPS/efe/afp/rt

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