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EUA recolocam Cuba na lista de patrocinadores do terrorismo

12 de janeiro de 2021

Decisão a poucos dias do fim do mandato de Trump pode complicar as chances de o presidente eleito, Joe Biden, retomar rapidamente a aproximação com Havana.

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Carro antigo passa em uma rua. Em primeiro plano, uma bandeira dos EUA e uma bandeira de Cuba tremulando.
EUA acusam Cuba de fornecer "abrigo seguro aos terroristas"Foto: Imago/Belga

A nove dias de o presidente Donald Trump deixar a Casa Branca, o governo americano anunciou nesta segunda-feira (11/01) que voltou a colocar Cuba em sua lista de patrocinadores do terrorismo. O país havia sido retirado da lista em 2015, durante o segundo mandato do ex-presidente democrata Barack Obama.

O anúncio foi feito pelo secretário de Estado, Mike Pompeo. A decisão pode complicar as chances de o presidente eleito, Joe Biden, retomar rapidamente a aproximação com Havana.

Pompeo justificou o retorno de Cuba à lista "por apoiar repetidamente atos de terrorismo internacional, fornecendo abrigo seguro a terroristas". Em particular, ele citou o fato de Cuba continuar abrigando fugitivos dos Estados Unidos, a recusa do país em extraditar comandantes da guerrilha colombiana e o apoio do governo cubano ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

"Com esta ação, vamos mais uma vez responsabilizar o governo cubano e enviar uma mensagem clara: o regime dos Castro deve acabar com seu apoio ao terrorismo internacional e à subversão da Justiça americana", disse Pompeo em comunicado.

Quais serão as consequências para Cuba?

A inclusão de um país na lista de patrocinadores do terrorismo implica obstáculos ao comércio e sanções, mas todas essas restrições já pesam sobre Cuba devido ao embargo comercial e financeiro americano.

Dessa forma, a nova medida visa a sancionar "pessoas e países que se envolvem em algum tipo de comércio com Cuba, restringir a ajuda externa dos EUA, proibir as exportações e vendas de defesa e impor certos controles às exportações de produtos de dupla utilização", em um momento de profunda crise econômica para os cubanos.

Pompeo acusou o governo cubano de ter "alimentado, alojado e fornecido assistência médica a assassinos, fabricantes de bombas e sequestradores, enquanto muitos cubanos estão famintos, sem teto e sem medicamentos básicos".

Reações à medida

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, condenou a ação dos EUA. "O oportunismo político dos EUA é reconhecido por todos aqueles que estão honestamente preocupados com o flagelo do terrorismo e suas vítimas", escreveu no Twitter.

O novo presidente da Comissão de Relação Exteriores da Câmara, Gregory Meeks, disse que a decisão do governo Trump não ajuda o povo cubano e visa apenas amarrar as mãos do governo Biden. "Esta designação de Cuba como um Estado patrocinador do terrorismo a menos de uma semana de sair da presidência e depois de ele incitar um ataque terrorista doméstico na capital dos EUA é hipocrisia", disse Meeks.

Após sua chegada ao poder, em 2017, Trump colocou freios no processo de normalização das relações com a ilha, iniciado em 2014 por Obama, de quem Biden era vice-presidente. As medidas enérgicas contra o governo castrista são populares entre os cubano-americanos do sul da Flórida e ajudaram o republicano a vencer no Estado na eleição presidencial de novembro, embora tenha perdido para Biden na votação geral. 

LE/efe/ap/ots