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Europa pede libertação de oposicionistas bielo-russos

(gh)26 de março de 2006

Conflito em Minsk se agrava e oposição prevê longa luta para derrubar Lukashenko. Governo justifica repressão com acusações de que há um complô para matar o presidente.

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Polícia reprime manifestações em MinskFoto: AP

A União Européia pediu a libertação de oposicionistas bielo-russos, entre eles o líder Alexander Kozulin, preso neste sábado (25/03), durante protestos contra as eleições do último domingo.

A violência com que o governo de Belarus vem reprimindo os manifestantes preocupa os europeus. Estima-se que, desde as eleições do último domingo, consideradas fraudulentas, já foram presos cerca de 500 oposicionistas.

"A UE expressa sua séria preocupação com as prisões de manifestantes e membros da oposição democrática, incluindo o candidato presidencial Alexander Kozulin, e exige sua imediata libertação", informa um comunicado divulgado pela presidência austríaca do bloco neste domingo (26/03) em Bruxelas.

A comissária européia de Relações Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, ameaçou o governo em Minsk com sanções. O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, disse em Berlim que o presidente reeleito de Belarus, Alexander Lukashenko, "transgride os princípios elementares do direito".

Suposto complô?

Alexander Kosulin
Alexander Kozulin, preso sob alegação de tramar susposto complôFoto: AP

A polícia espancou e prendeu centenas de pessoas, na madrugada deste domingo (26/03) no centro de Minsk, após um protesto de sete mil pessoas contra as eleições que confirmaram Lukashenko, pela terceira vez, no poder. O ministro bielo-russo do Interior, Vladimir Naumov, acusou Kozulin de estar tramando um suposto complô para assassinar o presidente.

"Kozulin [que foi adversário de Lukashenko nas últimas eleições] começou a fazer conclamações para a derrubada violenta das autoridades, a ocupação de prisões de segurança máxima e a eliminação física do chefe de Estado", disse Naumov.

Kozulin foi preso após incitar os manifestantes a se dirigirem à prisão em que se encontram detidos centenas de militantes da oposição. Sua esposa, Irina Kozulina, disse à agência de notícias AFP que a intenção de Kozulin era permanecer em frente ao centro de detenção com um grupo de jornalistas e de seguidores.

Ela acrescentou que tentou em vão localizar o marido durante toda a noite. "Só agora a administração penitenciária admitiu que ele se encontra no local", disse. Irina Kozulina disse que foi aberta contra seu marido uma investigação por "vandalismo", um crime que pode ser punido com até seis anos de prisão em Belarus.

Alexander Milinkevich, outro líder da oposição, desmentiu informações de que também ele se encontra preso. Ele criticou Kozulin por ter incitado os manifestantes a invadir a prisão. "Isso foi uma provocação bem-vinda para o poder do Estado", disse.

Durante a manifestação, os dois candidatos derrotados nas eleições haviam proposto a formação de um movimento de protesto integrado por todos os movimentos e partidos democráticos de oposição, tendo como objetivos "a liberdade, a verdade e a justiça". Milinkevich admitiu que sete mil pessoas ainda são insuficientes para derrubar Lukashenko.