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Evasão de arquitetos alemães

(mik / sv)30 de junho de 2005

Diante de um mercado que se torna cada vez mais enxuto, os arquitetos alemães deixam o país em busca de trabalho. Os principais destinos são a China e o Leste Europeu.

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Projetando o futuro longe de casaFoto: BilderBox

Shangai ao invés de Schwerin, Varsóvia no lugar de Wuppertal. O número de arquitetos alemães que deixam o país cresce a cada dia, observa o Conselho Nacional dos profissionais. A razão é simples: o setor de construção civil na Alemanha encontra-se estagnado. "Muitos estão indo embora", observa Arno Sighart Schmid, presidente do Conselho. O Leste Europeu e a China são mercados interessantes, mas cujo potencial ainda não foi "completamente reconhecido" pelos profissionais alemães, acredita Schmid.

Mercado chinês

Architekt Albert Speer auf der Expo
Albert Speer Jr.Foto: dpa

Entre os arquitetos alemães que descobriram as vantagens do mercado chinês estão Albert Speer Junior – que é filho do arquiteto do Terceiro Reich de mesmo nome – e Thomas Jocher. Todos os dois mantêm grandes projetos na China: Speer está envolvido em mais de 80, enquanto o escritório de arquitetura Fink & Jocher planeja uma nova cidade chinesa, situada a 200 quilômetros de Shangai e que deverá ter aproximadamente 800 mil habitantes.

Enquanto os arquitetos alemães fazem as malas e seguem em direção à China, o Leste Europeu tem sido o destino preferido de vários profissionais austríacos. “Os membros do nosso Conselho também precisam se mexer para chegar a esses projetos”, comenta Schmid.

Rede de exportação de mão-de-obra

Para facilitar a saída dos profissionais do país, o Conselho dos Arquitetos criou a Netzwerk Architekturexport (Rede de Exportação de Arquitetura), voltada para melhorar a imagem dos profissionais alemães no exterior e abrir caminhos para os mesmos. “O pulo para o outro lado da fronteira não é fácil. Os obstáculos, como por exemplo os problemas com o idioma, são enormes”, diz Schmid. Para ele, os primeiros passos neste sentido já deveriam ser dados na universidade, durante a formação dos profissionais.

Troca de paradigmas

Enquanto o Leste Europeu e a China assistem a um verdadeiro boom da construção civil, na Alemanha a situação é inversa. Só nos primeiros três meses de 2005, o volume de construções no país sofreu uma redução de 20%. “Sempre estivemos voltados para o crescimento, mas agora as cidades tendem a se atrofiar cada vez mais. Trata-se de uma troca de paradigmas na arquitetura”, observa Schmid.

Ao invés de se manter voltada para a construção, a arquitetura alemã terá que se concentrar nas tarefas de conservação e modificação de estruturas já existentes. Só assim ela poderá sobreviver. “Apartamentos sempre têm que ser reformados. Essa já é uma grande tarefa”, sentencia Schmid.