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Ex-conselheiro de Trump se declara culpado

1 de dezembro de 2017

Michael Flynn admite ter mentido ao FBI quando negou contatos com embaixador russo e afirma que está colaborando com promotor especial. TV afirma que ex-assessor estaria disposto a testemunhar contra o presidente.

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Michael Flynn
O ex-conselheiro Michael Flynn pouco antes de entrar em tribunal em WashingtonFoto: Reuters/J. Ernst

O ex-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca Michael Flynn se declarou culpado nesta sexta-feira (01/12) por ter mentido ao FBI (a polícia federal dos EUA) sobre conversas que teve com um diplomata russo em dezembro de 2016.

Flynn – que também foi assessor da campanha de Trump – disse ainda que está cooperando com o inquérito sob a responsabilidade do promotor especial Robert Mueller, que investiga a interferência do Kremlin na eleição presidencial dos EUA de 2016.

Flynn havia sido acusado de esconder seus contatos com russos, especialmente uma conversa com o ex-embaixador Serguei Kislyak, que comandou a missão diplomática da Rússia em Washington entre 2008 e agosto de 2017.

A emissora ABC afirmou que Flynn estaria disposto a testemunhar contra Trump e afirmar que o próprio presidente ordenara que fossem feitos contatos com os russos.

Os advogados de Flynn já disseram que ele agiu seguindo as instruções diretas de um “membro sênior da equipe de transição presidencial”. Isso contradiz a versão do governo Trump, que já afirmou em ocasiões anteriores que Flynn teria agido por conta própria. A rede NBC afirmou que o “membro sênior” é Jared Kushner, o genro e assessor de Trump.

Contatos

O general reformado e ex-assessor de Trump compareceu na manhã desta sexta-feira a uma corte federal de Washington. Ao ser questionado por um juiz se desejava se declarar culpado, Flynn respondeu "sim, senhor".

O representante da procuradoria especial afirmou que Flynn informou sobre suas conversas com o embaixador russo a "importantes membros" da equipe de transição de Trump, que tomou posse do cargo em 20 de janeiro. Concretamente, Flynn ligou para alguns membros que estavam no exclusivo clube de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida.

Flynn havia prestado depoimento ao FBI em 24 de janeiro, quatro dias depois da posse de Trump. Na ocasião, ele negou ter falado com Kislyak. Segundo o Departamento de Justiça, o episódio caracteriza falso testemunho. Os contatos entre Flynn e Kislyak ocorreram quando o primeiro já havia sido selecionado por Trump para o posto de conselheiro.

Na ocasião, Flynn e o embaixador discutiram as sanções que o governo do antecessor de Trump, Barack Obama, havia imposto à Rússia. Quando a informação sobre os contatos foi revelada, e Flynn foi confrontado com a mentira, o ex-conselheiro deixou o cargo, depois de apenas 24 dias no posto. Mentir para o FBI pode resultar em até cinco anos de prisão, segundo a legislação americana.

Segundo o New York Times, o novo episódio envolvendo os problemas de Flynn com a Justiça ocorre num momento especialmente delicado para o governo Trump, que está tentando manter sua base no Congresso unida para aprovar uma série de cortes de impostos.

Até o momento, a Casa Branca não comentou as novas implicações do caso envolvendo Flynn. Em março, Trump havia classificado as investigações de "caça às bruxas" e negou qualquer complô com os russos.

JPS/rtr/efe/ansa

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