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Ex-espião russo pode ter sido envenenado na Inglaterra

6 de março de 2018

Sergei Skripal foi encontrado em um banco próximo a um parquinho nos arredores de Londres e está em estado crítico. Ele atuou como agente duplo a serviço do Reino Unido.

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Sergei Skripal durante seu julgamento por traição em 2006
Sergei Skripal durante seu julgamento por traição em 2006Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Japaridze

Um ex-espião russo, identificado como Sergei Skripal, foi internado na Inglaterra em estado crítico após ser intoxicado com uma substância desconhecida, cuja origem a polícia britânica está tentando identificar.

Skripal, de 66 anos, e uma mulher de aproximadamente 30 anos foram encontrados no domingo (04/03) inconscientes, em um banco próximo a um parquinho na cidade de Salisbury, 120 km a oeste de Londres.

"O casal, que aparentemente se conhecia, não apresentava ferimentos visíveis. Eles foram levados ao Hospital Salisbury e estão sendo atendidos por terem sido expostos a uma substância desconhecida. Os dois estão internados em estado crítico na terapia intensiva", disse o comissário da polícia de Salisbury, Craig Holden. "Isso não é considerado um incidente de terrorismo e pedimos às pessoas que não façam conjecturas", completou.

A polícia afirmou que ainda não foi determinado se o casal foi vítima de um crime, mas enfatizou que não há riscos para a população e que a substância não representa um perigo para o público.

A polícia fechou na segunda-feira um restaurante italiano em Salisbury, como medida de "precaução", embora não tenha indicado se o casal fez alguma refeição no estabelecimento. De acordo com o jornal The Guardian, existem suspeitas de que Skripal teria sido envenenado com a substância Fentanyl, um opiáceo sintético 50 vezes mais forte que a heroína. O jornal, no entanto, não citou quem teria indicado a suspeita de uso do Fentanyl.

Após a divulgação do episódio, a imprensa britânica imediatamente fez referências ao caso envolvendo o envenenamento de outro ex-espião russo, Alexander Litvinenko, cuja morte em 2006 lançou luz sobre a perseguição a ex-agentes russos que procuraram refúgio no exterior. Litvinenko foi envenenado com a substância radiativa polônio-210, que foi colocada em uma xícara de chá  em um hotel de Londres.

Skripal, por sua vez, é um antigo coronel da espionagem militar russa que foi condenado em 2006 a 13 anos de prisão por alta traição. Ele foi acusado de ter agido a partir dos anos 1990 como um agente duplo, colaborando com os serviços de espionagem britânicos do MI6.

Em 2010, ele foi solto em uma troca com espiões russos que haviam sido presos nos Estados Unidos, em um episódio que lembrou antigos casos ocorridos durante a Guerra Fria.

Após a troca, Skripal foi levado ao Reino Unido e se instalou em Salisbury, onde aparentemente levava uma vida tranquila. Segundo a imprensa britânica, havia a suposição de que ele teria recebido uma nova identidade, mas registros locais apontam que ele adquiriu uma casa usando seu nome verdadeiro.

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JPS/efe/ots