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Ex-chefe da Interpol se declara culpado na China

20 de junho de 2019

Chinês Meng Hongwei havia desaparecido em setembro passado enquanto ainda presidia a organização. Segundo tribunal, ele confessou ter aceitado subornos quando ocupou cargo ministerial.

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Meng Hongwei
Meng Hongwei foi acusado de receber subornos enquanto ocupou cargo de vice-ministro da Segurança Pública na ChinaFoto: picture-alliance/AP Photo/W. Maye-E

O ex-presidente da Interpol Meng Hongwei, declarou-se nesta quinta-feira (20/06) culpado de corrupção, durante seu julgamento, em Tianjin, norte da China. Em setembro de 2018, enquanto ainda presidia a Organização Internacional de Polícia Criminal, Meng desapareceu durante uma viagem à China.

Posteriormente, autoridades chinesas comunicaram que o ex-chefe da Interpol havia sido detido por acusações de corrupção. O posto de chefia ficou vago e acabou sendo ocupado por um sul-coreano. Em março, Meng ainda foi expulso do Partido Comunista Chinês (PCC).

Durante seu julgamento, Meng, que também foi vice-ministro da Segurança Pública da China, disse ter aceitado 2,1 milhões de dólares em subornos, informou o tribunal de Tianjin. "O veredito será anunciado em data posterior", assinalou a fonte.

O julgamento durou meio dia. A TV pública CCTV mostrou Meng no tribunal, rodeado por dois policiais, com cara de cansaço e os cabelos mais grisalhos.

"De 2005 a 2017, o acusado se aproveitou de suas funções e de seu poder para ajudar empresas estrangeiras em seus negócios e indivíduos a obter promoções hierárquicas" em troca de remuneração, destacou o tribunal. "Ele fez uma declaração final em que admitiu sua culpa e se mostrou arrependido."

Assumir a culpa e expressar arrependimento pode resultar em punições ligeiramente mais leves, mas a China tem se notabilizado por condenar à prisão perpétua altos quadros acusados de corrupção. A mais ampla e persistente campanha anticorrupção na história da China comunista, lançada pelo presidente chinês, Xi Jinping, após ascender ao poder, em 2013, já puniu mais de um milhão e meio de funcionários do Partido Comunista.

Esta operação "mãos limpas" é popular entre a opinião pública, incomodada com a corrupção de funcionários, mas alguns suspeitam de que a mesma também sirva para sabotar rivais de Xi dentro do partido.

A mulher de Meng, Grace, e seus dois filhos obtiveram asilo político na França em maio. O governo chinês criticou a concessão de asilo político a Grace, considerando que se tratou de "um abuso total do procedimento francês".

A escolha de Meng para comandar a Interpol, no fim de 2016, foi considerada uma vitória pela China, apesar da preocupação causada entre os defensores dos direitos humanos.

JPS/afp/lusa

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