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Ex-premiê de Israel é condenado por corrupção

13 de maio de 2014

Após ter sido considerado culpado de suborno, Ehud Olmert é condenado a seis anos de prisão e pagamento de multa. Ex-premiê nega acusações e diz que vai recorrer.

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Foto: Reuters

Um tribunal distrital de Tel Aviv condenou nesta terça-feira (13/05) o ex-primeiro-ministro israelense Ehud Olmert a seis anos de prisão por causa de seu envolvimento num escândalo de corrupção ligado ao setor imobiliário em Jerusalém. Ele também foi condenado a pagar uma multa de 1 milhão de shekels (cerca de 290 mil dólares).

"Olmert abusou de sua posição de alto cargo em defesa dos próprios interesses e recebeu grandes somas de dinheiro", afirmou o juiz David Rosen ao ler a sentença.

Há seis semanas, Olmert, de 68 anos, havia sido declarado culpado de suborno, crime cometido quando exerceu o cargo de prefeito de Jerusalém (1993-2003) e, mais tarde, de ministro da Indústria e Comércio (2003-2006).

O caso se refere a dois subornos indiretos, que o juiz considerou provados. Num deles, cerca de 500 mil shekels (140 mil dólares) teriam sido pagos ao irmão de Olmert por um empresário. No outro, 60 mil shekels (17 mil dólares) teriam sido pagos a assistentes de Olmert.

Olmert negou as acusações e afirmou que nunca recebeu propina. Ele disse que vai recorrer da decisão e da sentença, apelando à Suprema Corte.

O processo do caso de corrupção mais grave e complexo da história de Israel durou mais de dois anos. Esta é a primeira vez que um ex-chefe de governo é condenado à prisão em Israel. Um ex-presidente do país, Moshe Katzav, foi condenado em 2011 a sete anos de prisão por crimes sexuais.

O polêmico processo está relacionado ao megacomplexo residencial Holyland, um ambicioso e multimilionário projeto no sul de Jerusalém, que teria sido construído à custa de propinas pagas pelos construtores aos responsáveis municipais, incluindo Olmert.

O caso, que, nos últimos anos, tem sido lembrado em todas as tentativas do ex-primeiro-ministro de regressar à política, tomou um rumo inesperado em março. Shula Zaken, que exerceu o cargo de secretária pessoal de Olmert nos anos 90 e é uma das acusadas no processo, decidiu acusar o antigo chefe em troca de um acordo com o Ministério Público, o qual lhe garantiu apenas 11 meses de cadeia.

Com esse acordo, Zaken decidiu entregar gravações que fez às escondidas e que, segundo ela, implicam Olmert no caso de corrupção. O antigo líder do partido Kadima ganhou as eleições em 2006, mas foi forçado a demitir-se em 2009 face a acusações de corrupção em vários casos.

AS/lusa/afp/ap/dpa/rtr