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Extrema pobreza aumenta e atinge 15,2 milhões de brasileiros

5 de dezembro de 2018

Em um ano, número de pessoas com renda inferior a R$ 140 mensais aumentou em 1,7 milhão, aponta IBGE. Estudo também indica crescimento da parcela de pobres, com 26,5% da população vivendo com menos de R$ 406 por mês.

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Crianças brincam em favela
Parcela das crianças e adolescentes brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza passou de 42,9% para 43,4%Foto: Getty Images/M.Tama

A extrema pobreza aumentou no Brasil de 2016 para 2017, apontam dados divulgados nesta quarta-feira (05/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE). Em um ano, a parcela da população nessa situação passou de 6,6% (13,5 milhões de pessoas) para 7,4% (15,2 milhões).

O contingente aumentou em todas as regiões do país, com exceção da região Norte, onde se manteve estável. O IBGE usa como referência a linha estabelecida pelo Banco Mundial, segundo o qual se encontram em extrema pobreza as pessoas que vivem com renda inferior a 140 reais por mês ou 1,90 dólares por dia.

O estudo Síntese dos Indicadores Sociais 2018, elaborado por pesquisadores do IBGE, apresenta um conjunto de informações sobre a realidade do país, tendo como principal fonte de dados a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2012 a 2017.

Segundo o instituto, aumentou também a proporção de pessoas em situação de pobreza. Segundo o Banco Mundial, as pessoas que ganham até 5,5 dólares por dia ou 406 reais por mês vivem em situação de pobreza. A maioria (25 milhões) se encontra na região nordeste do país.

Há dois anos, o percentual de pobres era de 25,7%, e em 2017 subiu para 26,5% da população, o que, em números absolutos, equivale a uma variação de 52,8 milhões para 54,8 milhões de pessoas. A parcela de crianças e adolescentes até os 14 anos de idade nessas condições aumentou de 42,9% para 43,4%.

Os dados revelam ainda que em 2017 havia 26,9 milhões de pessoas vivendo com menos de um quarto do salário mínimo, o que equivale a 234,25 reais, com base no valor do salário mínimo daquele ano, de 937 reais. Esse contingente aumentou em cerca de 1 milhão de pessoas de 2016 para 2017. 

No mesmo período, o número de brasileiros com renda domiciliar per capita inferior a 85 reais por mês aumentou em 1,5 milhão, saltando de 8,2 milhões para 9,7 milhões.

O estudo também analisou quatro inadequações em domicílios: características físicas, condição de ocupação, acesso a serviços e presença de bens. Em 2017, 13% da população (em torno de 27 milhões de pessoas), viviam em residências com ao menos uma dessas adequações.

O adensamento excessivo – quando em um domicílio vivem mais de três moradores por dormitório – foi a que mais aumentou, atingindo 12,2 milhões (5,9%) da população do país no ano passado. No Amapá, 18,5% da população viviam nessas condições, enquanto em Santa Catarina eram apenas 1,6%.

Além disso, 10% da população viviam em domicílios sem coleta direta ou indireta de lixo no ano passado, e 15,1% moravam em locais sem abastecimento de água pela rede geral. O Maranhão foi o estado que registrou a maior carência de coleta de lixo (32,7%).

O Acre registrou o maior percentual da população residente em domicílios sem banheiro de uso exclusivo (18,3%), enquanto no Piauí, 91,7% da população não possui acesso ao esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial.

Os números nesses estados registram um forte contraste em relação aos índices registrados em São Paulo, onde o percentual de pessoas sem coleta de lixo era de 1,2%. A falta de acesso ao abastecimento de água por rede atingiu 3,6% da população do estado, e a ausência de esgotamento sanitário, 7%.

Segundo o IBGE, entre os motivos do aumento da pobreza no Brasil estariam acrise econômica e o crescimento do desemprego e da informalidade.

RC/abr/ots

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