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Fabricante dos EUA é criticada por fuzil com versos bíblicos

16 de setembro de 2015

Empresa Spike's Tactical afirma que iconografia cristã visa dissuadir "terroristas muçulmanos" de usarem a arma. Organizações de defesa das liberdades civis criticam jogada de marketing, que "promove ódio e violência".

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Foto: picture-alliance/dpa/Spike's Tactical

Como parte de uma controversa estratégia publicitária, a empresa americana Spike's Tactical está produzindo rifles de assalto com símbolos cristãos sob o pretexto de dissuadir "terroristas islâmicos" de usá-las.

"Nós queríamos ter certeza de que construímos uma arma que nunca poderia ser usada por terroristas muçulmanos para matar pessoas inocentes ou avançar sua agenda radical", disse o porta-voz da empresa, Ben Thomas, nesta quarta-feira (15/09).

"Isso garante que nenhum terrorista muçulmano nunca pegará esta arma para trazer dano à outra pessoa", afirmou Thomas, veterano das guerras do Iraque e do Afeganistão.

"Essa é realmente a minha parte favorita do rifle", se referindo aos versos bíblicos cravados no apoio frontal onde o carregador do fuzil "Cruzado" ou "Crusader" está acoplado.

Sturmgewehr mit christlichem Bibelspruch
Versos bíblicos foram gravados no apoio frontal do rifleFoto: picture-alliance/dpa/Spike's Tactical

O fabricante de armas, com sede na Flórida, recebeu críticas de organizações de defesa das liberdades civis, com algumas classificando a estratégia da Spike's Tactical como uma "má ideia".

O Conselho para Relações Americano-Islâmicas (Cair-FL) – associação de defesa das liberdades civis que combate os estereótipos do islã nos EUA – criticou a comercialização do rifle.

"Não há nada que impeça um supremacista branco de colocar as mãos na tal arma ou que um potencial atirador em massa consiga obtê-la", disse o porta-voz do Cair-FL, Ali Kurnaz, em comunicado. "Este é apenas mais um truque vergonhoso de marketing, com a intenção de lucrar com a promoção de ódio, divisão e violência."

Nos Estados Unidos, a violência de direita já causou significativamente mais mortes do que os supostos ataques islâmicos de 11 de setembro de 2001, de acordo com o centro de pesquisa New America, com sede em Washington.

Em junho deste ano, um supremacista branco de 21 anos invadiu uma tradicional igreja da comunidade negra de Charleston, na Carolina do Sul, com uma pistola calibre 45 e abriu fogo, matando nove afro-americanos.

PV/afp/dpa