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Facebook bane contas ligadas ao QAnon

7 de outubro de 2020

Rede social começa a desativar grupos e páginas da teoria da conspiração sobre um "Estado Profundo" comandado por pedófilos satanistas. Muitos adeptos são apoiadores do presidente Donald Trump.

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Adepto da QAnon segura cartaz com símbolo do movimento
Adeptos do QAnon durante um evento de campanha de Trump na PensilvâniaFoto: Matt Rourke/AP Photo/picture-alliance

O Facebook anunciou nesta terça-feira (06/10) que começou a apagar da rede social e do Instagram páginas, grupos e contas ligadas aos propagadores da teoria da conspiração QAnon, que surgiu nos Estados Unidos, mas se espalhou para outros países.

"A partir de hoje, removeremos todas as páginas do Facebook, grupos e contas do Instagram que representam o QAnon, mesmo que não contenham conteúdo violento", anunciou a rede social. A empresa não esclareceu, contudo, o que significa "representar" o movimento, seguido por muitos apoiadores do presidente Donald Trump.

Com o anúncio, a empresa revê a decisão anterior, de remover essas contas apenas se elas propagassem a violência. "Nosso objetivo é combater isso de forma mais eficaz com essa atualização, que fortalece e amplia nossa aplicação contra o movimento de teoria da conspiração", acrescentou a empresa.

Há dois meses, a rede social anunciou que iria restringir as ações do QAnon e banir vários grupos e contas associadas ao grupo que apoiam a violência. A empresa, no entanto, continuou a permitir publicações de apoio ao QAnon, desde que não incorressem numa violação das políticas da gigante tecnológica contra o discurso de ódio, abuso e outras provocações.

Com a mudança, o Facebook passará analisar uma série de fatores para verificar se uma conta ou página deve ser banida, incluindo nome, biografia e conteúdo postado. A empresa também desativará contas pessoais de administradores desses grupos.

Surgido na internet, o QAnon é uma teoria de conspiração segundo a qual uma elite pedófila e satânica internacional estaria sequestrando e abusando de crianças. Hillary Clinton e o investidor George Soros pertenceriam a essa elite e estariam tentando dominar o mundo, entre outras coisas.

De acordo com os seguidores dessa teoria, esses pedófilos dirigem uma espécie de governo secreto, também conhecido como "Estado Profundo", que controlaria a política dos EUA e do mundo inteiro nos bastidores. Por outro lado, um lado "bom", representando por Trump, estaria lutando contra o "Estado Profundo".

O credo central do QAnon está em evolução, buscando fontes em outras teorias da conspiração, muitas vezes de origem antissemita. A parte envolvendo crianças sendo sequestradas ecoa antigas teorias da conspiração da Idade Média que acusavam os judeus de usarem o sangue de pequenos cristãos em rituais.

Recentemente, o movimento começou a ganhar adeptos em outros países, inclusive no Brasil, sendo impulsionado por negacionistas da covid-19. Em maio, um relatório do FBI alertava que os extremistas do grupo se tornaram uma ameaça terrorista nos EUA.

CN/lusa/ots