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Facebook e Twitter bloqueiam artigo controverso sobre Biden

15 de outubro de 2020

Tabloide "New York Post" se baseou em e-mail duvidoso como "prova" de que o candidato democrata teria negócios escusos na Ucrânia. Campanha de Biden desmente. Trump e outros republicanos condenam "censura".

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Candidato presidencial dos EUA  Joe Biden e filho Hunter
Atividades de Hunter Biden (dir.) na Burisma têm sido usadas para acusar o pai, Joe, de corrupção Foto: Reuters/J. Ernst

As redes sociais Facebook e Twitter decidiram nesta quarta-feira (14/10) limitar o compartilhamento de um artigo crítico ao candidato presidencial democrata americano Joe Biden, publicado pelo tabloide New York Post. O presidente Donald Trump e outros políticos conservadores condenaram a iniciativa como "censura".

Num artigo intitulado "E-mail comprometedor revela como Hunter Biden apresentou empresário ucraniano a pai vice-presidente", o periódico afirma ter obtido um computador abandonado pelo filho de Biden, conectando o ex-vice-presidente à companhia ucraniana de energia Burisma, cuja diretoria Hunter integrava.

"Tão terrível que o Facebook e Twitter retiraram a história dos e-mails 'Espingarda Fumegante' relacionados ao Dorminhoco Joe Biden e seu filho Hunter. É só o começo para eles. Não há nada pior do que um político corrupto", escreveu Trump no Twitter.

Em comunicado, a campanha do presidente afirmou que as mensagens seriam prova de que o veterano democrata "mentiu para o povo americano" sobre os negócios do filho.

Fontes questionadas

A matéria se baseia num suposto e-mail de abril de 2015, em que o consultor da diretoria da Burisma, Vadym Pozharskyi, agradece a Hunter por convidá-lo a Washington para se reunir com seu pai, então vice do presidente Barack Obama. No entanto, não há qualquer indicação de que o encontro tenha ocorrido ou sequer sido agendado. Especialistas indicam que as alegações são falsas, e as fontes do artigo estão sendo questionadas.

Joe Biden nega qualquer envolvimento. Os responsáveis por sua campanha eleitoral confirmam que ele nunca se encontrou com o empresário em questão: "Revimos as programações oficiais de Joe Biden da época e não se realizou nenhum encontro como o alegado pelo New York Post."

Ao restringir os links para o artigo, ambas as redes sociais evocaram dúvidas quanto a sua veracidade.

Segundo o porta-voz do Facebook Andy Stone, "isso é parte de nosso processo-padrão para reduzir a propagação de desinformação". A matéria "é elegível para ter seus fatos checados pelos parceiros independentes" da plataforma, a qual está "reduzindo sua distribuição", nesse meio tempo.

O Twitter, por sua vez, justificou a medida com as questões abertas quanto às "origens dos materiais" incluídos no artigo. Os usuários que tentam compartilhar o artigo recebem uma advertência de que seu pedido não pode ser completado "porque este link foi identificado pelo Twitter ou nossos parceiros como potencialmente danoso". Quem tenta clicar num link para o artigo é igualmente advertido.

"Máquinas de propaganda"

Posteriormente, o New York Post informou que sua conta primária do Twitter fora trancada porque seus artigos sobre Biden violavam as normas da rede contra "distribuição de material hackeado". Num editorial, o tabloide tachou as redes sociais de "máquinas de propaganda".

A conta pessoal da secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany, também foi trancada depois de ela compartilhar um link para a matéria. Na conta do governo no Twitter, ela reagiu: "Censura deve ser condenada."

Em carta ao codiretor executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, o senador republicano Josh Hawley afirmou que o bloqueio "aparentemente seletivo" sugere "parcialidade por parte do Facebook". Como "prova", alegou que os funcionários da rede e outras cinco companhias de tecnologia doaram quase 5 milhões de dólares para a campanha de Biden, e apenas 239 mil dólares para Trump.

AV/afp,rtr,dpa