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Família de jovem detido por engenhoca pede indenização

24 de novembro de 2015

Advogados pedem 15 milhões de dólares a escola e município, alegando que Ahmed Mohamed sofreu discriminação racial e religiosa. Jovem foi detido e interrogado após ter relógio fabricado por ele confundido com uma bomba.

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Foto: Picture-Alliance/AP Photo/V. Bryant

A família de Ahmed Mohamed, de 14 anos, pediu indenizações no valor de 15 milhões de dólares à antiga escola do adolescente e à cidade de Irving, no Texas. Devido a um aparente mal-entendido, o jovem foi detido por ter construído um relógio confundido com uma bomba.

Em cartas enviadas à escola e ao município nesta segunda-feira (23/11), os advogados que representam a família alegaram que o adolescente foi preso injustamente, detido ilegalmente e interrogado sem a presença dos pais.

"Ahmed foi claramente discriminado devido a sua etnia, origem nacional e religião", afirmou a advogada Kelly Hollingsworth. A família do adolescente pediu à escola uma indenização de 10 milhões de dólares e à cidade, de 5 milhões, e deu um prazo de 60 dias para ambos se manifestarem, caso contrário, abrirá um processo judicial.

Em setembro, após construir um relógio e levá-lo para mostrar aos professores, Ahmed foi retirado da sala de aula algemado e interrogado por policiais, que colheram suas impressões digitais e o mantiveram na delegacia por várias horas. A polícia disse acreditar que a engenhoca poderia ser uma bomba.

Após o incidente, o presidente Barack Obama convidou o jovem, filho de imigrantes da Somália, para participar da noite de astronomia na Casa Branca, que contaria com a presença de astronautas da NASA e de outros jovens cientistas. O convite de Obama foi percebido, na época, como uma clara reprovação às atitudes da escola e dos policiais de Irving.

O caso gerou um debate sobre islamofobia entre funcionários públicos. Os advogados acusam a escola, a polícia e autoridades municipais de violarem direitos civis ao acusar injustamente o adolescente.

A escola afirmou que seus advogados estão analisando o pedido de indenização feito pela família de Ahmed. A prefeitura não quis se manifestar sobre o assunto.

Atualmente, Ahmed vive no Catar, para onde se mudou com a família em outubro, após receber uma bolsa de estudos da Fundação Catar que incentiva jovens inovadores.

CN/afp/rtr