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Familiares das vítimas do voo MH17 pedem que corpos lhes sejam entregues

20 de julho de 2014

Parentes dos mortos do avião da Malaysia Airlines pedem que corpos de vítimas sejam levados para país de origem. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local da queda.

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MH17 Flugzeugabsturz Absturzstelle Ukraine 19.7.2014
Foto: Reuters

Na Holanda, o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia do voo MH17 da Malaysia Airlines, que caiu na Ucrânia. Elas foram lembradas em cultos religiosos, em eventos esportivos e oficiais, como também no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.

O avião, que caiu no leste da Ucrânia, levava 298 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulação. Desse total, havia 193 holandeses, 43 malaios, 27 australianos, além de 10 britânicos, alemães e belgas.

O ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans, que retornou de Kiev na madrugada deste domingo (20/07), afirmou que a prioridade agora é trazer os corpos das vítimas de volta ao país. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.

Familiares das vítimas malaias do voo MH17 também fizeram um apelo às autoridades neste domingo para que os corpos de seus parentes sejam levados para a Malásia. Segundo observadores da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), 198 corpos já foram localizados no local da tragédia. Eles foram colocados em vagões refrigerados em Torez, onde permanecem até a chegada de especialistas internacionais.

MH17 Flugzeugabsturz Absturzstelle Ukraine 18.7.2014
Dos 298 corpos, 198 foram localizados, diz OSCEFoto: imago/Xinhua

Denúncias e investigação

Enquanto isso, o governo ucraniano voltou a acusar os rebeldes de estarem destruindo evidências no local da queda para esconder que um míssil russo foi usado para derrubar o avião. Um porta-voz do Conselho de Segurança do país afirmou que os separatistas estavam levando destroços e corpos para caminhões, modificando a cena para evitar que os investigadores tenham a chance de determinar com segurança quem e o que casou a queda do avião.

Militantes separatistas admitiram que removeram objetos, além das caixas-pretas do avião, do local da queda. "Alguns itens, provavelmente as caixas-pretas, foram encontrados, trazidos para Donetsk e estão sob nosso controle. Eles serão repassados a especialistas internacionais, se eles chegarem", declarou o líder rebelde Alexander Boroday.

Perante as denúncias de que rebeldes estariam dificultando as investigações, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, exigiu que o presidente russo, Vladimir Putin, pressione os separatistas. "Ele precisa agora provar para os holandeses e para o mundo que fará o que é esperado: exercer sua influência", declarou Rutte no sábado, após conversar por telefone com Putin.

Pressão e sanções

Líderes da União Europeia alertaram a Rússia para consequências, caso Moscou não interfira junto aos separatistas ucranianos para que eles permitam que seja feita uma investigação internacional independente sobre a queda do avião.

O presidente francês, François Hollande, conversou com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e com o premiê britânico, David Cameron, sobre a posição de Moscou. "Se a Rússia não tomar as medidas necessárias imediatamente, a União Europeia agirá no Conselho de Relações Exteriores previsto para terça-feira", afirmou um comunicado do governo da França.

putin moskau russland präsident kreml
Europa pressiona PutinFoto: dpa

Segundo uma fonte oficial dos Estados Unidos ouvida pelo jornal americano Washington Post, o governo dos EUA acredita que Moscou repassou para os rebeldes os lançadores antiáereos de mísseis e, depois da queda do MH17, eles foram levados para a Rússia novamente. O serviço de inteligência americano começou "a ter indícios, há poucos mais de uma semana" de que três lançadores russos foram transportados para a Ucrânia, afirmou o jornal.

Em contrapartida, Putin nega as acusações de fornecer armas ou apoio aos rebeldes ucranianos e culpa o governo da Ucrânia pela tragédia. Os separatistas também negam possuir qualquer sistema de lançadores de mísseis de defesa antiaérea.

CN/rtr/dpa/afp/ap/lusa