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Família homenageia jornalista morto pelo "Estado Islâmico"

4 de setembro de 2014

Steven Sotloff é lembrado como alguém fascinado pelo mundo árabe e que "só queria dar voz àqueles que não têm". Obama promete "degradar e destruir" grupo extremista.

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Steven Sotloff US Journalist Archiv 2010
Steven SotloffFoto: picture-alliance/dpa

A família do jornalista americano Steven Sotloff, morto pelos jihadistas do chamado "Estado Islâmico" (EI), prestou homenagens ao repórter nesta quarta-feira (03/09), lembrando uma "alma gentil" comprometida a "dar voz àqueles que não têm". Um vídeo divulgado pelos extremistas nesta terça-feira, cuja autenticidade foi confirmada pela Casa Branca, mostra a decapitação do jornalista.

O repórter de 31 anos foi atraído para as zonas de conflito por ser incapaz de "virar as costas para o sofrimento que permeia o mundo", disse Barak Barfi, amigo da família diante da casa dos pais do jornalista em Miami, no sul dos EUA.

Ao ler um discurso, o amigo disse que Sotloff era fascinado pelo mundo árabe. "Ele não era um viciado em guerras, não queria se tornar um novo Lawrence das Arábias: ele só queria dar voz àqueles que não têm. E acabou sacrificando a própria vida para revelar a história deles para o mundo."

Barfi destacou ainda que Sotloff era apenas "um homem tentando encontrar o bem escondido num mundo de trevas e, se isso não existia, ele tentou criar". "Nesta semana, estamos de luto, mas iremos emergir deste sofrimento. Nossa comunidade é forte. Não deixaremos nossos inimigos nos manterem reféns com as únicas armas que eles têm: o medo."

Ainda nesta quarta-feira, Israel confirmou que Sotloff também era cidadão israelense. A informação havia sido mantida sob segredo para tentar preservar a segurança do jornalista.

Sotloff, que conhecia bem a história e a cultura do Oriente Médio, trabalhou como freelancer para publicações como Time, Foreign Policy e World Affairs Journal antes de ser sequestrado pelos extremistas em agosto do ano passado, perto da fronteira da Síria com a Turquia. Ele foi morto duas semanas após seu colega de profissão, o também americano James Foley, sofrer o mesmo destino diante das câmeras. As execuções foram a resposta dos militantes do EI aos ataques aéreos dos EUA na região.

O episódio colocou ainda mais pressão sob a administração do presidente Barack Obama, que prometeu destruir o grupo extremista responsável pelas execuções. "Nosso objetivo é claro: degradar e destruir o EI até que ele não represente mais uma ameaça", disse Obama durante uma visita a Estônia nesta quarta-feira.

"Não seremos intimidados. Seus atos horrendos só irão nos unir enquanto país e fortalecer nossa determinação em lutar contra esses terroristas. Aqueles que cometerem o erro de ferir americanos aprenderão que não esquecemos, que nosso alcance é longo e que a justiça será feita", afirmou Obama.

IP/afp/ap