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Apostando no digital

12 de outubro de 2007

O mercado dos e-books e audiolivros está em franca expansão, não apenas na Alemanha. A Feira do Livro lhe dedica grande espaço. Novas tecnologias tentam combater a concepção de que "livro é papel".

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Pixels no lugar de papelFoto: AP

A Feira do Livro de Frankfurt se prepara para os desafios do futuro: este ano, cerca de 30% da área de exposições são ocupados por produtos digitais. A Feira transformou a digitalização num de seus temas centrais.

Uma enquete online realizada pelos organizadores, envolvendo cerca de 1.300 profissionais do ramo editorial de 80 países, revelou: para a maioria dos entrevistados, os livros eletrônicos (e-books) e os audiolivros são os setores mais promissores.

Booksearch e Libreka

A Google e a Amazon são consideradas pioneiras no setor da literatura digitalizada. Entretanto, com sua Booksearch, a Google teve repetidos problemas de direitos autorais, pois este sistema de busca apresenta partes ou mesmo livros inteiros.

Após dois anos de fase preparatória, a Associação do Comércio Livreiro Alemão lançou uma plataforma online semelhante. Até o momento, estão cadastrados no endereço Libreka.de 8 mil livros de 300 editoras, como divulgou a Associação na Feira do Livro, nesta quarta-feira (10/10). Entretanto, sua intenção não é competir com a Google, mas sim colaborar com ela.

No setor dos e-books (livros a serem baixados e lidos num monitor, contra o pagamento de uma taxa), existem fornecedores especializados sobretudo na literatura de ficção e não-ficção mais antiga. Entre eles estão Ciando.com, Beam-ebooks.de e Libri.de.

O olho e o papel

Japanisches Ebook
Protótipo de livro eletrônico da eBOOK Initiative JapanFoto: picture alliance/dpa

Entretanto, para boa parte dos consumidores, leitura e papel estão indissoluvelmente ligados. Segundo Bodo Franzmann, que pesquisa o assunto para a fundação Lesen (em alemão, ler) a partir de um monitor não é um real prazer. Para tornar os e-books mais atraentes, os editores também tentam superar-se mutuamente em termos de leitores eletrônicos.

Como novidade, a Libri.de, que oferece mais de 40 mil títulos, apresentou na feira de Frankfurt o iLiad, um aparelho móvel para visualização de livros eletrônicos. Sua tela de alto contraste supostamente reproduz de forma fiel a sensação de ler um livro impresso.

Segundo o jornal New York Times, a Amazon deverá apresentar em breve Kindle, um aparelho que estabelece uma conexão sem fio com uma livraria virtual na internet, dispensando assim o emprego de um computador. Desta forma, a Amazon faz concorrência ao Reader, que a Sony colocou no mercado em 2004.

Entretanto, o prazer da leitura eletrônica tem um preço bastante alto: o Kindle custa de 300 a 370 euros, e o iLiad 650 euros (inclusive 100 euros de crédito para e-books).

Ouvir em vez de ler

No tocante aos audiolivros, a tendência a preferir o download é cada vez mais definida, e já determina 10% do mercado alemão. A mesma proporção está presente no mercado norte-americano, que é cinco vezes maior.

Frankfurter Buchmesse 2007
Audiolivros: favoritos das criançasFoto: Frankfurter Buchmesse/Hirth

O mercado dos audiolivros continua em franca expansão. Ao todo, já estão disponíveis 20 mil títulos de 500 editoras, e mais 2 mil estão no mesmo caminho, ainda em 2007.

Cerca de 8 milhões de CDs e downloads vendidos provam que o audiolivro é um meio autônomo. Segundo pesquisa de mercado da firma PriceWaterhouseCoopers, as crianças são os principais consumidores. Quer em forma de CD, audiocassete ou MP3, 21% delas consomem audiolivros, contra apenas 6% dos adultos.

Desafios e oportunidades

Ao mesmo tempo em que confronta os editores com desafios, a digitalização e a internet representam novas chances. "Há muito, o velho temor de que os meios eletrônicos tomariam o lugar do livro, destruindo amplas fatias de mercado, não assombra mais as editoras", declara o diretor da Feira do Livro, Jürgen Boos.

As novas ofertas podem representar bons negócios, como provam as estatísticas. Em 2006, o faturamento com livros cresceu 1,1% na Alemanha, alcançando 9,3 bilhões de euros. No setor online, o acréscimo chegou a 11%.

Também em 2007 os prognósticos são de crescimento continuado do mercado. A associação dos livreiros projeta um aumento de 4%. Mesmo descontando uma ligeira correção para baixo, perto do final do ano, "o clima é positivo no setor editorial", afirma o presidente da Associação do Comércio Livreiro Alemão, Gottfried Honnefelder.

Tematizando o mundo digital

O editor e responsável pelo serviço de notícias online Publishers Lunch, Michael Cader, oferece uma explicação possível. Segundo ele, a internet proporcionaria o bem mais precioso de todos: atrair a atenção. Desta forma, as editoras conquistariam novos leitores, aumentando suas vendas.

Desde o ano passado, a própria Feira do Livro também procura utilizar esta via de comunicação. Na "Sala de estar Web 2.0", os visitantes têm oportunidade de conhecer os responsáveis pelos blogs e podcasts diários do evento, que este ano, pela primeira vez, são produzidos também em inglês. (elo / av)