1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Cinema no metrô

23 de setembro de 2011

Em sua nona edição, festival Going Underground leva ao grande público, através dos monitores do metrô, curtas-metragens de diversos países. Pela primeira vez haverá uma edição também na capital coreana, Seul.

https://p.dw.com/p/12fS7
O metrô de Berlim é o palco do festival Going UndergroundFoto: picture-alliance/dpa

Uma ideia aparentemente absurda: transformar a rede metroviária de Berlim no maior cinema móvel do mundo. Assim nasceu o festival Going Underground, que apresenta anualmente no metrô da cidade curtas-metragens do mundo todo.

O festival surgiu quando Fred Kuhaupt, um fã de curtas-metragens e hoje diretor do evento, estava pensando em soluções para deixar o formato mais acessível às pessoas. "Temos uma cultura muito forte de curta-metragens aqui na Alemanha. Antigamente muitos desses filmes podiam ser vistos nos cinemas antes dos longas. Hoje em dia seu público é restrito a quem frequenta festivais ou trabalha na indústria", declarou Kuhaupt à Deutsche Welle.

O problema não é exclusivo da Alemanha, já que o formato dificilmente encontra espaço para exibição por todo o mundo. Os mais de 3.800 monitores dentro do metrô berlinense foram a solução que Kuhaupt encontrou para levar esses filmes para uma audiência maior.

Limites bem claros

Com a ideia na cabeça, Kuhaupt passou quase dois anos tentando convencer os responsáveis pela programação da TV do metrô a deixar o festival acontecer. "Eles diziam que ninguém estava interessado em curtas, principalmente os passageiros do metrô. Depois de dois anos me deram uma chance." O festival foi um tremendo sucesso e desde então acontece anualmente.

Werbeplakat Going Underground Kurzfilmfestival in der Berliner U-Bahn
São 26 curtas de dez paísesFoto: Going Underground Festival

Mas não é só a organização que encontra desafios, já que os cineastas encaram algumas limitações para mostrar seus filmes num vagão de metrô. Os filmes têm que ser mudos ou funcionar sem som, não podem exceder os 90 segundos de duração e, como a exibição é para um público amplo, cenas de sexo e violências estão proibidas. "Cinema é uma linguagem universal. Nossos filmes não têm diálogos e todos podem entender, não importa se exibirmos em Berlim, Londres ou Nova York."

"No primeiro festival tivemos 100 filmes inscritos. Nesse ano foram 605 de mais de 52 países. O engraçado é que mais da metade dos filmes foram feitos exclusivamente para o festival", disse Kuhaupt. O público decide, através do site do evento, o vencedor entre os 26 filmes selecionados neste ano. "Pessoas do mundo todo podem ver os filmes na nossa página, mas somente quem está em Berlim e em Seul pode ter a experiência de ver o filme no metrô", completou.

Do outro lado do mundo

A grande novidade deste ano é que o festival vai ter pela primeira vez uma edição fora de Berlim. "Já havia tentado levar o festival para outras cidades da Alemanha e não houve interesse. Fui convidado para fazer parte do júri do festival de curtas-metragens de Seul. Entrei em contato com algumas pessoas responsáveis pela programação da TV do metrô por lá", contou o diretor, "e desse contato nasceu a ideia de levar o festival para a cidade. Estou muito feliz por o festival acontecer na Coreia."

Passagiere in einer U-Bahn
Pela primeira vez o festival vai acontecer no metrô de SeulFoto: AP

O festival, que alcança um público diário de aproximadamente 1,5 milhão de pessoas em Berlim, vai passar a atingir mais 2,7 milhões nos mais de 6 mil monitores do metrô de Seul. Outra novidade é uma mostra especial só com curtas coreanos. "Não há muitos cineastas fazendo curtas-metragens na Coreia. Espero que o festival deixe o formato mais popular por lá."

Além dos filmes coreanos, produções de países como Irã, Inglaterra, Argentina, Alemanha e Estados Unidos participam da competição. O Brasil está representado com a animação A caixa, dos diretores Luciana Eguti e Paulo Muppet.

Para quem está em Berlim, o festival Going Underground pode ser conferido até o dia 28 de setembro em toda linha metroviária da cidade.     

Texto: Marco Sanchez
Revisão: Alexandre Schossler