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Fiat quer Opel

2 de maio de 2009

Após fechar parceria estratégica com a norte-americana Chrysler, a Fiat agora avança em seus planos de ingressar também na Opel. Conselho de Empresa, no entanto, exige manutenção de todas as fábricas na Europa.

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Opel é 'sócia perfeita'Foto: picture-alliance / dpa / DW-Montage

Após fechar uma parceria estratégica através da qual obteve uma participação de 20% na norte-americana Chrysler, a Fiat agora avança em seus planos de ingressar também na Opel, a subsidiária alemã do conglomerado norte-americano General Motors (GM).

O presidente executivo da montadora italiana, Sergio Marchionne, se encontrará na segunda-feira (04/05) com os ministros alemães da Economia, Karl-Theodor zu Guttenberg, e das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier. Ao jornal italiano La Stampa desta sexta-feira (01/05), Marchionne disse que a Fiat deve "concentrar-se na Opel, nossa sócia perfeita".

Fiat Vorstandsvorsitzender Sergio Marchionne
Sergio Marchionne, da FiatFoto: AP

De acordo com o jornal Süddeutsche Zeitung, Marchionne apresentará em Berlim um plano que prevê primeiramente a manutenção de todas as fábricas da Opel na Alemanha, embora não nas mesmas dimensões. Ainda segundo o jornal, o executivo pretende criar um conglomerado automobilístico global, capaz de fabricar no mínimo cinco milhões de veículos. Para isso, precisa da Opel, além da Chrysler.

Guttenberg assegurou que o governo alemão avalia atualmente tanto a oferta da fabricante de peças automotivas austro-canadense Magna, outro possível investidor, quanto a da Fiat. Até agora, analistas vinham afirmando que uma aliança com a Magna seria melhor para a Opel que uma aliança com a Fiat.

Saneamento com dinheiro do contribuinte alemão?

Marchionne também pretende se encontrar com o presidente do Conselho de Empresa da Opel, Klaus Franz, segundo informação dos semanários alemães Der Spiegel e Focus. Franz, que vê com maus olhos a união com a Fiat, confirmou a intenção, embora uma data ainda não tenha sido acertada.

Ele cobra da montadora italiana que apresente garantias de que manterá em funcionamento todas as fábricas da Opel na Europa, e não apenas as quatro alemãs. "Declarar que manterá as unidades na Alemanha não basta. O que acontecerá com as fábricas na Espanha, na Polônia, no Reino Unido? Somos uma empresa europeia e não precisamos de soluções alemãs populistas."

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Klaus Franz (e) defende interesses de funcionários da OpelFoto: AP

Na sua opinião, o ingresso da Fiat na Chrysler só comprovou sua teoria de que a italiana quer executar um "plano de saneamento industrial com o dinheiro do contribuinte alemão". Segundo o executivo, a Fiat só está interessada nos bilhões de euros da Alemanha para enfrentar os riscos decorrentes da aquisição da Chrysler.

Rédeas curtas

De acordo com Der Spiegel, o ministro Steinmeier criou um catálogo de 14 critérios a serem obrigatoriamente cumpridos por investidor interessados. No centro das revindicações, estaria "a manutenção do maior número possível de empregos na Alemanha".

Franz pediu ainda ao governo alemão que aumente sua pressão perante o governo dos Estados Unidos a fim de acelerar a transferência das patentes da GM para a Opel, necessária para a constituição de uma empresa europeia.

O Conselho de Empresa exige também que o novo investidor, além de apresentar planos de produção de longo prazo, reconheça os acordos salariais alemães e as regras de codeterminação empresarial.

RR/dpa/reuters/ap
Revisão: Augusto Valente