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Filas não desanimam turistas no Rio

Nádia Pontes, do Rio de Janeiro7 de agosto de 2016

Apesar da longa espera diante de bilheterias e do Parque Olímpico, estrangeiros se dizem contagiados por clima positivo da Rio 2016. Telões e provas disputadas nas ruas são opções para quem não quer gastar.

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Amigos australianos ficaram três horas na fila para garantir um ingresso
Amigos australianos ficaram três horas na fila para garantir um ingressoFoto: DW /N. Pontes

Depois de dar a primeira volta por Copacabana, na tarde desse sábado (06/08), três amigos australianos decidiram mudar os planos. Última parada antes de voltar para casa depois de uma longa viagem pelos Estados Unidos, o Rio de Janeiro serviria apenas para um descanso à beira mar, de baixo custo.

O clima dos Jogos Olímpicos, no entanto, foi persuasivo. "É muito contagiante. Então decidimos arriscar a compra de entradas para algumas competições", contou Thomas Webb. Depois de horas de espera na bilheteria instalada ao lado da arena de Copacabana, os amigos conseguiram entradas para assistir ao vôlei de praia.

As longas filas diante do Parque Olímpico não desanimam quem ainda busca por ingressos disponíveis: franceses, bolivianos, belgas e brasileiros aguardam até três horas por atendimento na bilheteria.

Quem viajou ao Rio com um orçamento mais modesto também faz de tudo para ver os Jogos mais de perto. Na companhia de outras quatro compatriotas, a argentina Milagros Galassi, de 23 anos, tentava chegar à Praça Mauá, onde um telão transmite competições ao vivo.

"Decidimos vir porque é a primeira vez que os Jogos acontecem na América do Sul e sou latino-americana. Estamos gostando muito de tudo", disse.

Além dos telões, algumas modalidades, como ciclismo de estrada, acontecem nas ruas da cidade e são abertas ao público em geral.

Turistas acompanham projeção de luzes em frente ao hotel Copacabana Palace
Turistas acompanham projeção de luzes em frente ao hotel Copacabana PalaceFoto: DW /N. Pontes

Driblando o zika

Há dois anos, quando o filho caçula de Josh Lavine pediu ao pai que o trouxesse aos Jogos do Rio, a viagem parecia impossível: os preços estavam exorbitantes para o cidadão médio dos Estados Unidos.

"Mas aí veio o zika, o medo de não haver segurança durante os Jogos, e os preços começaram a cair", conta Lavine. Segundo o americano, as notícias sobre a contaminação pelo vírus deixaram até fãs de esporte amedrontados. "Muita gente desistiu de vir ao Rio", conta.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA aconselha que seus cidadãos tenham precaução elevada ao visitar o Brasil, o que corresponde ao nível de alerta 2.

Desde que desembarcaram no país, Lavine, a esposa e os três filhos se dizem empolgados, apesar da agenda apertada. Serão dez dias acompanhando competições em diferentes locais do Rio de Janeiro.

Até agora, a cerimônia de abertura foi o evento mais marcante: "Todos estavam muito felizes e animados, mas de repente todo o estádio vaiou e nós não entendemos o que estava acontecendo", disse a família, se referindo às vaias que o presidente interino, Michel Temer, recebeu da plateia.

Alto custo

Acostumado a prestigiar as Olimpíadas, o holandês Friso Annema se assustou com o preço da acomodação no Rio de Janeiro. Ele e namorada, Ying Ying Yo, planejaram a viagem com dez meses de antecedência e o melhor preço que conseguiram foi num hostel em Copacabana.

"Em Pequim, eu paguei apenas 18 euros por noite. Achei os preços aqui muito altos", avalia Annema que, depois do Rio de Janeiro, ainda irá visitar Manaus e Foz do Iguaçu. "É a nossa primeira vez no Brasil, na América Latina. Estamos achando o inverno aqui quente, muito mais quente que o nosso inverno", disse. O casal acompanhou a competição de remo na Lagoa Rodrigues de Freitas.

O Comitê Rio 2016 espera que a cidade receba até 500 mil turistas para os eventos esportivos.