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Urso de Ouro

19 de fevereiro de 2011

"Nader e Simin – Uma Separação", longa iraniano, recebe prêmio máximo no Festival de Cinema de Berlim. Grupo de atores e atrizes do filme, que conta o drama de um divórcio, também foram premiados com os Ursos de Prata.

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Asghar Farhadi com prêmio máximo do festivalFoto: dapd

O filme do diretor Asghar Farhadi conta a história de um casal que quer deixar o Irã. O marido, contudo, desiste da viagem, porque não quer abandonar seu pai, vítima de Alzheimer. A mulher, por sua vez, entra com um pedido de divórcio e deixa a casa em comum onde os dois viviam até então.

Farhadi recebeu em Berlim, há dois anos, um Urso de Prata por seu À procura de Elly. Apontado pela mídia especializada como um dos favoritos ao prêmio, o filme só vem a confirmar a importância das temáticas ligadas ao Irã nesta edição do festival, depois que o diretor Jafar Panahi foi impedido de sair do país para integrar o júri oficial do festival em Berlim.

Ursos de Prata

Filmstill El Premio The Prize Berlinale 2011
'El premio', dirigido pela mexicana Paula MarkovitchFoto: Internationale Filmfestspiele Berlin 2011

Os Ursos de Prata de melhor ator e atriz respectivamente foram para o grupo de atores e atrizes de Nader e Simin – Uma Separação – uma conduta sui generis para Berlim, que tradicionalmente concede os Ursos de Prata a um ator e uma atriz especificamente.

O diretor alemão Ulrich Köhler recebeu um Urso de Prata por seu Schlafkrankheit, mantendo a tradição do festival de Berlim de não esquecer das produções "da casa". O grande prêmio do júri foi para The Turin Horse, dirigido pelo húngaro Béla Tarr.

A "melhor contribuição artística", também premiada com um Urso de Prata, ficou para a fotografia de Wojciech Staron por seu trabalho em El premio, da mexicana Paula Markovitch. Outro Urso de Prata foi concedido ainda a Joshua Marston e Andamion Murataj, pelo roteiro de The Forgiveness Of Blood.

Premiação paralela

Filmstill Wer wenn nicht wir | If Not Us, Who | Wer wenn nicht wir
'Wer wenn nicht wir' (Quem se não nós), do alemão Andres VeielFoto: Markus Jans/ zero one film

Entre os prêmios no âmbito do festival estão aqueles concedidos por júris independentes, ou seja, de organizações que não estão diretamente ligados à organização da Berlinale. Entre estes está o prêmio do júri ecumênico, que foi esse ano também para Nader e Simin – Uma Separação.

O mesmo júri concedeu também o título de melhor filme a um longa da seção Panorama ao israelense Michal Aviad por seu Invisible, um filme sobre o tema da violação, "problema social importante e corrente, responsável por traumas físicos e mentais". O longa de Aviad remete a fatos reais e toca nos relevantes temas da defesa dos direitos das mulheres e da dignidade das mesmas.

Entre os participantes da seção Fórum, o escolhido por esse júri paralelo foi En terrains connus, da canadense Stéphane Lafleur – um filme que "mostra, em sua estrutura original, como 'acidentes' podem modificar as relações humanas".

Entre os escolhidos pelo júri formado por críticos da Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica estão The Turin Horse (Hungria), de Béla Tarr; Dernier étage gauche gauche, de Angelo Cianci; e Heaven's Story, de Zeze Takahisa. Já a Confederação Internacional de Cinemas de Arte e Ensaios concedeu ao alemão Andres Veiel o prêmio de melhor filme por seu Wer wenn nicht wir.

Filmstill Ausente
'Ausente', do argentino Marco BergerFoto: Internationale FIlmfestspiele Berlin

O Prêmio Teddy, concedido a filmes de temáticas homossexuais, cujo júri contou este ano com a presença da brasileira Beth Sá Freire, escolheu como melhor filme de ficção o argentino Ausente, de Marco Berger. Na categoria documentário, o premiado foi The Ballad of Genesis and Lady Jaye, uma coprodução França-EUA.

O prêmio de público de melhor filme na categoria ficção foi para También la lluvia, da espanhola Icíar Bollaín. Entre os documentários, o escolhido foi Im Himmel, Unter der Erde. Der Jüdische Friedhof Weißensee, da diretora Britta Wauer, sobre o cemitério judaico berlinense, localizado no bairro Weissensee.

Sandra Kogut: estada em Berlim

O prêmio de melhor curta-metragem, concedido pelo programa de artistas em Berlim do DAAD (Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico) e incluindo uma estada de três meses na capital alemã, foi para a jovem diretora chilena Maria José San Martín por seu curta-metragem La Ducha.

Os outros ganhadores de bolsas em Berlim do programa artístico do DAAD na área de cinema em 2011 são a brasileira Sandra Kogut, o israelense Avi Moghrabhi e o iraniano Asghar Farhadi, Urso de Ouro desta edição do festival.

SV/dpa/rtr
Revisão: Marcio Damasceno