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Cultura na internet

Julia Elvers-Guyot (rr)30 de junho de 2007

Antigamente ninguém sonharia em lançar uma banda sem ter um produtor que a comercializasse. Ou em visitar uma exposição sem sair de casa ou mesmo encomendar livros sem ir a uma livraria ou biblioteca.

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Museum do Memorial do Holocausto em Washington: exposições virtuaisFoto: picture-alliance/dpa

Hoje em dia tudo isso faz parte da comunicação cultural mundial – a internet torna isso possível. Veja aqui três exemplos de como a rede mudou o consumo de cultura.

Cartões de visita musicais

Antigamente, lia-se revistas de música e ia-se a lojas de discos. Hoje, basta ter acesso à internet. Novas bandas, novos estilos e novos sons – tudo isso se encontra em sites como a plataforma de comunicação MySpace. Lá é possível se apresentar gratuitamente, subir fotos e trocar mensagens. Mais de 1,7 milhão de pessoas no mundo todo já aderiram ao formato, entre eles, muitos músicos e artistas.

Ladybird
Ladybird, aliás DominiqueFoto: katharina poblotzki

Alguns deles se mostram de forma tão convincente que já se tornaram famosos através da internet – ou, pelo menos, conhecidos. Ladybird é um exemplo: a cantora de 19 anos, na verdade Dominique, criou um profil com quatro músicas suas e acabou chamando a atenção do músico e produtor Adamski, que se ofereceu para ser seu produtor. O resultado disso poderá até ser o lançamento de um álbum, quem sabe.

Exposições online

Para um museu, um site na internet é um recurso obrigatório. Mas o Museu Memorial do Holocausto de Washington vai bem mais longe, produzindo exposições inteiras apenas para a internet e investindo nelas todos os recursos tecnológicos disponíveis. Give me your children (Dê-me suas crianças) é o nome da mais recente mostra virtual do museu. A "verdadeira" exposição sobre crianças que sobreviveram ao Holocausto na cidade polonesa de Lodz pode ser visitada desde dezembro de 2006 no espaço físico do museu.

No site, há um texto sobre a inauguração da mostra, um vídeo de 20 minutos de duração e a biografia das crianças em questão. Além de imagens, gráficos e animações, há sempre um texto informativo para imprimir.

United States Holocaust Memorial Museum
Museu do Holocausto (EUA): 15 milhões de visitantes virtuais em 2006

Larry Swiader, porta-voz da instituição, explica que, a princípio, a intenção era combinar áudios, vídeos e textos, aproveitando ao máximo as tecnologias disponíveis. Mas o formato desagradou certos usuários. "Há pessoas que querem apenas os textos para impressão, sem ter que esperar as fotos serem carregadas", conta. Agora, é possível obter cada um dos elementos separadamente: quem quiser, acessa apenas o texto ou o vídeo.

Segundo Swiader, os visitantes virtuais vêm do mundo inteiro. Em 2006, as páginas do museu receberam 15 milhões de visitantes, embora o orçamento destinado à exposição virtual seja consideravelmente modesto em relação à exposição física. "Podemos alcançar um público maior com menos investimento", explica. Mas, sem a reputação do museu por trás, quem sabe se a exposição virtual seria tão bem-sucedida.

Bibliotecas digitais

A Biblioteca Estadual da Baviera (BSB) também aposta na internet. O Google pretende digitalizar um milhão de seus mais de nove milhões de volumes, tornando o acervo da biblioteca acessível para um número maior de pessoas. A biblioteca de Munique é a primeira alemã a participar do projeto do Google, que inclui, por enquanto, 15 bibliotecas do mundo todo, entre elas as das universidades Harvard, Stanford e Oxford.

Bayerische Staatsbibliothek München Digitalisierungszentrum
Acervo da Biblioteca Estadual da Baviera está sendo digitalizadoFoto: Bayerische Staatsbibliothek

O Google quer digitalizar livros do maior número possível de países no maior número possível de idiomas. Com isso, a BSB espera poder elevar ainda mais seu prestígio entre as biblioteca de pesquisa de renome internacional. "Estamos acessíveis a todos os interessados em formação e aperfeiçoamento profissional. De modo que a internet, por mais paradoxal que pareça, é quase nosso meio natural", explica Klaus Ceynowa, vice-diretor-geral da BSB.

O objetivo, no entanto, não é que os livros sejam lidos inteiramente na tela do computador, mas sim localizá-los para que se possa indicar um estabelecimento onde é possível comprá-lo ou consumi-lo de alguma forma", explica Jens Redmer, coordenador do projeto Google Book Search (Pesquisa de Livros do Google) na Europa.

Sejam livros, músicas ou sejam exposições: a disponibilização e o consumo de arte através da rede mundial de computadores se torna cada vez mais popular e há muito tempo não é mais algo apenas para nerds.