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Forças Armadas alemãs entregam base no norte do Afeganistão

6 de outubro de 2013

Soldados da Bundeswehr deixam campo em Kunduz no fim de outubro. Em 10 anos, 18 alemães perderam a vida na região. Berlim promete manter apoio e verbas. Missão internacional Isaf permanece no Afeganistão até 2014.

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Foto: Reuters

As Forças Armadas alemãs (Bundeswehr) entregaram neste domingo (06/10) sua base na província de Kunduz, no norte do Afeganistão, às autoridades de segurança locais. Estiveram presentes à cerimônia os ministros alemães da Defesa, Thomas de Maizière, e do Exterior, Guido Westerwelle.

Em discurso aos soldados no Campo Mamal, Maizière enfatizou a importância simbólica da região para seu país. "Kunduz marcou a Bundeswehr como nenhum outro local: aqui se construiu e se lutou, se chorou e consolou, se matou e tombou. Esta foi uma cesura, não só para a Bundeswehr, como também para a sociedade alemã. Kunduz permanecerá para sempre parte de nossa memória coletiva."

A partir do final de outubro, policiais e soldados afegãos ficam encarregados da segurança na região de conflito. O ministro alemão da Defesa recordou a seriedade dessa função. "A responsabilidade que entregamos aos senhores, nossos parceiros afegãos, é grande", disse, ressaltando que a Alemanha tem grande respeito pela coragem e persistência dos agentes.

Temor de caos após a retirada

No momento, ainda estão estacionados no campo de Kunduz 900 do total de 4 mil soldados da unidade alemã da Força Internacional de Assistência para a Segurança (Isaf). Desde 2003, 18 soldados alemães perderam a vida na região. Ao entregar a perigosa base, as Forças Armadas alemãs encerram oficialmente sua missão no norte daquele país asiático.

A situação de segurança em Kunduz tem se agravado. Nas últimas semanas, diversos políticos importantes foram assassinados pela milícia radical islâmica do Talibã. Acumulam-se também os ataques contra postos menores das forças de segurança afegãs. Observadores no país receiam uma exacerbação da violência, quando as tropas alemãs se houverem retirado.

Afghanistan Thomas de Maizière und Guido Westerwelle Ankunft in Camp Mamal
Ministros Westerwelle e Maizière, ao desembarcarem no Campo MamalFoto: Reuters

Em resposta a esses temores, o ministro Westerwelle assegurou que a Alemanha não deixará o país entregue à própria sorte, mesmo após a retirada. "Nosso trabalho por um bom futuro para o Afeganistão não termina aqui. Prosseguiremos com nosso comprometimento civil", garantiu. Para a reconstrução do país, Berlim promete uma verba anual de até 430 milhões de euros, nos próximos três anos.

Fim da Isaf ainda em aberto

Até o momento, 35 militares alemães perderam a vida em combates ou atentados no contexto da missão Isaf, comandada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Outros 19 foram vítimas de acidentes ou cometeram suicídio.

O fechamento do campo em Kunduz é um passo importante na completa retirada da Bundeswehr do Afeganistão. No futuro, só será mantida uma pequena reserva de, no máximo, 800 soldados no quartel-general alemão de Mazar-i-Sharif.

O fim da missão da Otan no país está previsto para o final de 2014. Depois disso, a aliança internacional se limitará a dar assessoria às forças de segurança locais. Para tal, contudo, é necessário um acordo de estatuto de forças (SOFA), sobre o qual ainda não há consenso entre o governo em Cabul e os Estados Unidos, país que lidera a Otan. Assim, as negociações também podem resultar na retirada total das tropas estrangeiras do Afeganistão.

AV/rtr/dpa/afp