1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Alemão retrata Irã além de ameaça nuclear e terrorismo

5 de agosto de 2012

Benedikt Fuhrmann expõe em Munique fotografias tiradas em um ano de viagem pelo país do Oriente Médio. Ao mostrar impressões sobre a terra e o povo iranianos, sua intenção é quebrar estereótipos e promover a paz.

https://p.dw.com/p/15jmc
***Alle Bilder dürfen nur in Zusammenhang mit der Berichterstattung über das Kulturprojekt „Ein Blick Iran“ von Benedikt Fuhrmann veröffentlicht werden*** Kameltreiber. Benedikt Fuhrmann, deutscher Fotograf und Filmemacher, ist 2005 für ein Jahr lang durch Iran gereist und diese Bilder stammen aus seiner Reise. Er hat die Bilder für die Veröffentlichung auf der DW- Webseite in Zusammenhang mir der Berichterstattung von der Ausstellung "Ein Blick Iran" zur Verfügung gestellt. Die Ausstellung ist in München von 15 .Juli bis 12. Aug. 2012 zu sehen.
Foto: Benedikt Fuhrmann

Quando o alemão Benedikt Fuhrmann deixou sua cidade natal, Bad Tölz, com um amigo, num carro transformado em casa, a ideia era rumar para o Vietnã. Equipado com gravadores e câmeras, o fotógrafo e cineasta pretendia seguir a Rota da Seda, histórico roteiro comercial entre Ocidente e Oriente.

Mas os planos mudaram quando os dois alemães tiveram que atravessar a primeira verdadeira fronteira do trajeto, entre a Turquia e o Irã. "O primeiro contato com os iranianos foi com um funcionário da alfândega na fronteira, e eu fiquei com medo que ele confiscasse meu equipamento de filmagem", relata Fuhrmann.

Dez minutos mais tarde, o medo tinha passado, diluído na xícara de chá tomada na companhia do funcionário, feliz pela aparição de um carro alemão na fronteira. Foi então que o fotógrafo de 35 anos teve certeza de que precisava conhecer o Irã mais de perto. O resultado pode ser apreciado na igreja Sankt Maximilian Kirche, em Munique, até 12 de agosto.

Fotógrafo alemão propôs-se romper com os clichês sobre o Irã
Fotógrafo alemão propôs-se romper com os clichês sobre o IrãFoto: Benedikt Fuhrmann

Mergulho no Irã

Durante um ano, Fuhrmann cruzou o país de carro, percorrendo mais de 70 mil quilômetros. Ele mergulhou na vida agitada da capital Teerã, com seus 15 milhões de habitantes, desfrutou da hospitalidade dos nômades nas montanhas, e em pequenas vilas de pescadores à beira mar. A única coisa de que não gostou foi que o fársi que aprendera a falar em Teerã era inútil em alguns vilarejos.

Após três meses esperando por um visto de imprensa e diante da deportação iminente, o cineasta recebeu permissão para filmar e fotografar no país. Mas isso não significa que tudo decorreu sem percalços, a partir de então.

"Fui algumas vezes para a cadeia, por estar em áreas aonde jornalistas raramente vão. Eles não sabiam o que era uma carteira de jornalista. Então, me levavam por precaução para a cadeia." Mas ele logo era liberado.

Ao contrário de alguns funcionários do governo, os iranianos em geral nunca o tratavam com desconfiança. "Quando alguém diz ser alemão no Irã, não se escuta nada de negativo", diz Fuhrmann. As pessoas associam à Alemanha futebol, tecnologia e produtos de qualidade.

"Colheita", foto da mostra em Munique
"Colheita", foto da mostra em MuniqueFoto: Benedikt Fuhrmann

Resistência inicial

De volta ao país natal, Fuhrmann queria apresentar suas impressões sobre o Irã e seu povo, numa exposição multimídia intitulada "Servus e Salam" – alusão às fórmulas de saudação bávara e iraniana. Mas a busca por patrocinadores e espaços mostrou-se difícil. Assim que falava sobre o projeto, ele percebia certo medo "de bombas atômicas, terroristas, do presidente Mahmud Ahmadinejad e do Islã".

Mas as inúmeras rejeições deram mais força a Fuhrmann. Finalmente ele conseguiu o apoio de Rainer Maria Schiessler, padre da Maximilian Kirche. Ele disponibilizou as instalações da igreja em Munique para a exposição, e na noite de abertura fez uma oração pela paz ao lado de representantes de diferentes religiões. Outros padres considerariam a ideia absurda, mas para Schiessler, era uma confirmação de que ele fizera "tudo certo".

Depois de Munique

Fuhrmann conseguiu arrecadar de doadores de todo o mundo mais de 50 mil euros para seu projeto, na internet e em redes sociais. A vernissage na Maximilian Kirche foi um sucesso, com muitos iranianos entre os numerosos visitantes.

Benedikt Fuhrmann (esq.) e Ronny Edry na St. Maximilian Kirche
Benedikt Fuhrmann (esq.) e Ronny Edry na St. Maximilian KircheFoto: Benedikt Fuhrmann

"Foi muito emocionante quando uma mulher veio até mim e disse: 'Você me devolveu meu país'", conta o fotógrafo. Agora, ele pretende mostrar suas imagens do Irã em outros lugares, inclusive na israelense Tel Aviv. Ronny Edry, fundador da campanha "Israel ama o Irã" no Facebook, já aderiu à causa de Fuhrmann.

Autor: Samira Nikaeen (lpf)
Revisão: Augusto Valente