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Fracassa terceira rodada de sondagens para formar novo governo grego

Alexandre Schossler11 de maio de 2012

A terceira rodada de negociações para formar uma aliança de governo grego fracassou, após o líder da esquerda radical rejeitar participação na coalizão. Grécia está mais próxima de novas eleições.

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epa03213352 Greek Socialist PASOK party leader Evangelos Venizelos addresses journalists outside the Presidential Palace in Athens, Greece, 10 May 2012, after a meeting with President Karolos Papoulias. Greece's attempts to form a governing coalition entered a third and final round on 09 May, with PASOK leader Evangelos Venizelos becoming the latest politician to attempt to break the deadlock after elections produced no clear winner. Venizelos received a three-day mandate from the president to seek coalition partners following failed attempts by candidates from the two parties that gained the most votes in Sunday's election - the conservative New Democracy and the Coalition of the Radical Left, or SYRIZA. EPA/ALKIS KONSTANTINIDIS +++(c) dpa - Bildfunk+++
Foto: picture-alliance/dpa

A terceira rodada de negociações para formar uma aliança de governo fracassou nesta sexta-feira (11/05) após o líder do segundo maior partido da Grécia, a Coalizão da Esquerda Radical, ter se recusado a participar de uma aliança governamental, rejeitando se aliar a socialistas e conservadores.

"Não é a Coalizão de Esquerda que rejeita esta proposta, mas o povo grego que o faz, através de seu voto de domingo", disse o chefe do partido, Alexis Tsipras, após um encontro com Evangelos Venizelos, o chefe do socialista Pasok e encarregado de liderar as negociações para formação de governo, após o fracasso das duas tentativas anteriores.

Venizelos recebeu na quinta-feira um mandato para formar o novo governo, enquanto chefe da terceira maior bancada parlamentar. Antes, o conservador Nova Democracia e a Coalizão de Esquerda Radical, respectivamente primeiro e segundo partidos mais votados nas eleições de domingo, haviam fracassado em formar uma nova aliança governamental.

Der Chef des Bündnisses der Linken (Syriza) in Griechenland, Alexis Tsipras, aufgenommen am 29 April 2012. Nach ersten Prognosen bei den Parlamentswahlen dürfte das Bündnis der Radikalen Linken stärkste Oppositionspartei werden. EPA/SIMELA PANTZARTZI
Tsipras: esquerda radical pode sair vencedora numa nova eleiçãoFoto: picture-alliance/dpa

Primeiro passo

Após se encontrar com o chefe da Esquerda Democrática, Fotis Kouvelis, na noite de quinta-feira, Venizelos chegou a afirmar que havia conseguido um "primeiro passo" para a formação de uma aliança. Com os seus 19 deputados, a Esquerda Democrática tem uma bancada reduzida, mas com membros suficientes para garantir uma maioria parlamentar necessária em uma aliança formada com socialistas e conservadores.

Nesta sexta, entretanto, Kouvelis afirmou que só iria participar de um governo que incluísse também a Coalizão da Esquerda Radical, agremiação que é contra o programa de austeridade e reformas implementado na Grécia.

Kouvelis argumentou que não poderia participar de um governo sem participação daquele que saiu das urnas como o segundo partido mais votado. "Sem a Coalizão de Esquerda Radical, não pode haver a formação de um governo que reflita a vontade política pública", afirmou.

Encontro no sábado

O presidente grego, Karolos Papoulias, agendou um encontro com Venizelos para este sábado. Papoulias havia informado nesta semana que, caso Venizelos fracassasse, reuniria os chefes dos partidos para tentar mediar a formação de um governo de unidade nacional.

"Espero que durante o encontro com Karolos Papoulias cada partido assuma sua responsabilidade", afirmou Venizelos. Caso os partidos não cheguem a um acordo até a próxima quinta-feira, serão convocadas novas eleições, a ocorrerem em meados de junho.

No caso de novas eleições, a esquerda radical, contrária ao programa de austeridade econômica, poderá sair das urnas como vencedora. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Marc e divulgada na quinta-feira aponta que o partido Coalizão da Esquerda Radical obteria 23,8% dos votos, se firmando como bancada mais forte no Parlamento.

European Commission President Jose Manuel Barroso addresses a news conference on the eve of a two-day European Union leaders summit in Brussels February 29, 2012. As the legislative process underpinning Greece's budget commitments grinds into gear, Prime Minister Lucas Papademos is to meet Barroso on Wednesday before a European summit on Thursday and Friday. REUTERS/Eric Vidal (BELGIUM - Tags: POLITICS BUSINESS)
Barroso disse que Grécia corre risco de ter de sair da zona do euroFoto: Reuters

Na eleição no último domingo, o partido surpreendeu, se tornando a segunda maior força política. A pesquisa, primeira realizada após a eleição de domingo, aponta que o conservador Nova Democracia cairia de primeiro para segundo lugar, com 17,4%.

Pressão externa

A Coalizão da Esquerda Radical pede a renegociação do pacote de austeridade e responsabiliza as medidas ​​de economia pela desastrosa situação econômica na Grécia. De acordo com novos números da Comissão Europeia, a Grécia deve contar neste ano com um declínio de 4,7% em seu Produto Interno Bruto (PIB) e um déficit de 7,3% do PIB.

O ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, advertiu nesta sexta-feira para que a Grécia não se afaste de seus compromissos em relação às medidas de austeridade. O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, disse em entrevista ao jornal Rheinische Post que a zona euro pode suportar a saída da Grécia, se necessário.

Um porta-voz do Ministério alemão das Finanças sublinhou, no entanto, que Schäuble ressaltou que ninguém quer que a Grécia saia da zona do euro. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, advertiu na televisão italiana que, sem a observância dos acordos acertados, a Grécia poderá vir a ter que sair da zona do euro.

MD/rtr/afp/dadp
Revisão: Roselaine Wandscheer