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França abre arquivos sobre o genocídio em Ruanda

8 de abril de 2015

País europeu é acusado de cumplicidade no massacre. Mais de 800 mil pessoas foram mortas no genocídio de 1994. Documentos disponíveis incluem atas de reuniões secretas de defesa do governo francês.

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Memorial em Gisozi, Ruanda, lembra genocídioFoto: picture-alliance/dpa

A França tornou públicos os arquivos relacionados ao genocídio em Ruanda, no qual mais de 800 mil pessoas foram mortas em 1994. Os documentos liberados são referentes aos anos de 1990 a 1995 e podem ajudar a esclarecer a política francesa nesse período. O país é acusado por Kigali de ser cúmplice no massacre.

Segundo uma fonte ligada à Presidência francesa, a decisão de abrir os arquivos foi assinada nesta terça-feira (07/04). Os documentos incluem atas de reuniões secretas de defesa e ministeriais, além de arquivos de conselheiros do então presidente francês François Mitterrand, relativos ao genocídio no país da África central.

A documentação estará disponível para pesquisadores, historiadores e associações de familiares das vítimas. Para ter acesso ao material é necessário fazer um pedido para a ex-ministra Dominique Bertinotti, que tem a custódia dos arquivos de Mitterrand.

Mais de 800 mil tutsis e hutus politicamente moderados foram mortos em uma ofensiva de três meses por extremistas da etnia hutu em 1994, enquanto o mundo em grande parte assistia o episódio de longe.

O presidente ruandês, Paul Kagame, acusa a França de cumplicidade nos massacres ao dar apoio governo extremista hutu, que desencadeou o genocídio. Embora Paris tenha reconhecido erros nas suas relações com Ruanda, o país rejeitou repetidamente as acusações de que tenha treinado milícias para participar dos ataques de 1994.

CN/rtr/lusa/afp