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Educação

França: aprovada lei para proibir celulares em escolas

7 de junho de 2018

Assembleia Nacional passa lei, uma das promessas de campanha de Macron, para banir aparelhos de colégios. Governo fala em "medida de desintoxicação" contra distração nas salas de aula.

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Alunos usam celular em intervalo de aulas
Estima-se que nove em cada dez alunos franceses possuem celularFoto: Imago/Westend61

A Assembleia Nacional francesa aprovou nesta quinta-feira (07/06) a proibição do uso de celulares em escolas públicas. A lei era uma das promessas eleitorais do presidente Emmanuel Macron e chegou a ser chamada pelo governo de uma "medida de desintoxicação" contra a distração nas salas de aula.

Macron espera que o projeto de lei passe rapidamente pelo Senado, de modo a entrar em vigor antes de setembro, quando começa o ano acadêmico na França. A lei estabelece que, com exceção dos lugares nos quais o regulamento interior autorize expressamente, os alunos não poderão utilizar um celular nas escolas francesas. A legislação atingiria crianças entre 3 e 15 anos. O país seria um dos primeiros do mundo a adotar tal medida.

"Estar aberto a tecnologias do futuro não significa que temos que aceitar todos os seus usos", afirmou o ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer, ao defender a proposta junto os parlamentares.

O texto apresentado pelo governo considera que uso do celular "provoca várias disfunções incompatíveis com a melhoria do clima escolar" e que a proibição permitirá garantir um entorno que favoreça a concentração. Inclusive nos intervalo, aponta, "pode ser nefasto ao reduzir a atividade física e limitar as interações sociais".

O governo argumenta ainda que o celular pode fomentar práticas de risco como o ciberassédio ou o cibersexismo e expor os alunos a "conteúdos violentos e chocantes", como a pornografia.

Com a proibição, as autoridades pretendem criar um marco jurídico adaptado a uma prática já estendida em alguns dos 51 mil colégios e 7,1 mil institutos do país. A proposta detalha que a medida não afeta o "uso pedagógico" dos celulares. O texto, porém, não fixa possíveis multas e nem a forma como o veto será aplicado.

Críticos da medida afirmam que a proibição é inútil e que não teria como ser colocada em prática, pois não prevê sanções em casos de desobediência. Partidos de oposição argumentam ainda que desde 2010 há uma lei que proíbe o uso de celular durante as aulas.

Para entrar em vigor, a proibição precisa ser validada pelo Senado em uma data que ainda não foi definida, e por uma comissão mista caso não se chegue a um acordo. Estima-se que nove em cada dez alunos franceses possuem celular.

CN/efe/afp/rtr

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