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França condecora heróis do Thalys

24 de agosto de 2015

Presidente francês deu a Ordem Nacional da Legião de Honra aos três americanos e um britânico que desarmaram o homem que atacou trem-bala. Países europeus querem aumentar segurança de transporte ferroviário.

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Foto: Reuters/M. Euler

O presidente francês, François Hollande, concedeu nesta segunda-feira (24/08) a Ordem Nacional da Legião de Honra, condecoração máxima do país, aos três americanos e um britânico que ajudaram a desarmar o homem que atacou os passageiros do Thalys na sexta-feira. O atirador, um marroquinho de 26 anos, estava armado com um fuzil kalashnikov, uma pistola e uma faca. O trem de alta velocidade viajava de Amsterdã a Paris.

Durante a cerimônia de condecoração, no Palácio do Eliseu, em Paris, Hollande afirmou que a atitude dos homenageados impediu "uma verdadeira carnificina". "Um terrorista decidiu cometer um ataque. Ele tinha armas e munições suficientes para levar a cabo uma verdadeira carnificina. E isso é o que ele teria feito, se vocês não tivessem colocado suas próprias vidas em risco para enfrentá-lo", disse Hollande."Vocês nos mostraram que, ao sermos confrontados com terror, temos o poder de resistir. Vocês deram uma mensagem de coragem, solidariedade e esperança", acrescentou o presidente francês.

Receberam a condecoração, os soldados americanos Alek Skarlatos e Spencer Stone, o estudante americano Anthony Sadler, amigo dos militares, e o empresário britânico de 62 anos Chris Norman. Um homem francês – o primeiro a tentar deter o homem armado – também será condecorado, mas preferiu se manter anônimo. Além dele, um franco-americano que foi ferido a bala deve receber a medalha mais tarde.

Segundo o Ministério do Interior da França, o homem chegou a disparar diversos tiros antes de ser dominado. Ele era conhecido pelos serviços de inteligência de três países e tinha ligações com o islamismo radical, segundo autoridades. A advogada do suspeito, no entanto, defende que seu cliente era um sem-teto que queria roubar os passageiros porque estava com fome.

Autoridades francesas afirmaram que o suspeito, Ayoub El Qahzzani, marroquino de 26 anos, é extremista islâmico. Autoridades na Espanha disseram que ele viveu no país até o ano passado e possui um registro policial de tráfico de drogas.

Mais segurança para os trens

Devido ao incidente, países europeus planejam aumentar as medidas de segurança no transporte ferroviário. O governo da Bélgica afirmou que vai introduzir controles de bagagem em trens de alta velocidade, nos moldes do controle feito nos aeroportos. A França disse que sua empresa ferroviária estatal, a SNCF, irá criar uma linha telefônica de emergência para denunciar "situações anormais".

O ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, disse no domingo que pode ser necessário intensificar o policiamento em trens do país. "Posso imaginar colocar agentes de segurança em cada trem, nos trechos onde houver perigo mais elevado", afirmou.

Especialistas dizem que essas são medidas valiosas na luta contra o terrorismo. Mas, ao mesmo tempo, evidenciam um problema: a aplicação de segurança no estilo de aeroportos para estações ferroviárias é algo quase impossível.

"A ideia de estender o sistema aeroportuário para estações ferroviárias, hoje, não é algo que eu possa chamar de realista", avaliou o presidente da SNCF, Guillaume Pepy. "É preciso fazer uma escolha. Ou você quer ter segurança ampla ou eficiência (dos transportes)." Ele lembrou que a grande maioria das estações ferroviárias foi construída nos séculos 19 e 20, quando esse tipo ameaça terrorista enfrentada atualmente era inconcebível.

MD/afp/dpa/rtr