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Descontaminando Fukushima

19 de outubro de 2011

Após sete meses da explosão da usina no leste do Japão que matou 20 mil pessoas, foi iniciada a descontaminação na cidade de Fukushima. Projeto, que se estende até o final de 2012, serve de modelo para outras áreas.

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Policiais japoneses buscam desaparecidos depois da explosão
Policiais japoneses buscam desaparecidos depois da explosãoFoto: dapd

No primeiro dia da limpeza de Fukushima, nesta terça-feira (18/10), trabalhadores com equipamentos de alta pressão limparam um telhado, removeram plantas e galhos de um jardim, e retiraram parte do seu solo com uma retroescavadeira. A cidade fica a cerca de 60 quilômetros da usina nuclear Daiichi Fukushima, que deixou cerca de 20 mil mortos ou desaparecidos quando explodiu há sete meses.

"Levou bastante tempo para começarem os trabalhos. Mas agora espero que os níveis de radiação realmente caiam", disse o proprietário da primeira casa descontaminada.

Até o final de 2012, pretende-se desintoxicar 110 mil terrenos com residências. Além disso, a Câmara Municipal pretende desintoxicar áreas públicas, como escolas, parques e creches.

Nas áreas mais contaminadas, o trabalho será feito por uma empresa especializada. Nos demais locais, se conta com a ajuda de moradores e voluntários. "Estamos no início de nossas atividades. Ainda há muitos obstáculos a superar ", disse o encarregado da operação de desintoxicação.

Trabalhadores em trajes de proteção medem níveis de radiação na usina que explodiu em março
Trabalhadores em trajes de proteção medem níveis de radiação na usina que explodiu em marçoFoto: AP

Sem garantias

A descontaminação é uma tarefa gigantesca e o resultado é incerto. Portanto, as medidas de desintoxicação iniciadas no distrito de Onomachi também seguem um modelo experimental, para analisar a eficácia do método.

Com exceção da usina danificada, os níveis de radiação na região de Fukushima deverão diminuir drasticamente até março de 2013. O Ministério do Meio Ambiente estipulou como meta que a radiação fique abaixo dos 20 milissieverts ao ano, que é o limite para evacuações. A responsabilidade e os custos do trabalho são do Estado.

Nas áreas onde a contaminação for superior a um milissievert ao ano, a responsabilidade pelos trabalhos será dos próprios municípios. Em áreas onde há escolas e parques, a radiação deve ser reduzida em 60% até 2013. Com as medidas, o governo pretende oferecer uma perspectiva de retorno às pessoas obrigadas a deixar seus lares.

Após as inspeções que duraram uma semana, uma equipe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) apresentou um relatório parcial na última sexta-feira. As autoridades japonesas foram elogiadas pelo seu esforço no processo de descontaminação. Mas a AIEA também exige maior determinação por parte do governo e sugere que Tóquio se concentre mais nas zonas habitadas.

Autor: Hans-Günther Krauth (bv)
Revisão: Roselaine Wandscheer