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Futuro do touchscreen deve ser sem toque

Hannah Fuchs (af)19 de outubro de 2015

Pesquisadores criam sensor que identifica a aproximação do dedo, evitando o toque direto para acionar os controles de tela. Tecnologia pode garantir mais higiene em aparelhos de uso público, como caixas eletrônicos.

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Foto: imago/avanti

Como funciona o touchscreen?

Esfregar os dedos na tela do smartphone ou tablet para abrir e fechar apps, navegar na internet, desenhar e outras atividades, virou coisa de criança, nos dias de hoje. E no quotidiano adulto, o sistema touchscreené mais presente do que nunca. Seja para comprar um bilhete de metrô, pedir um café de máquina ou habilitar o GPS, o ser humano moderno está constantemente operando aparelhos com apenas alguns toques de dedos.

Pesquisadores do Instituto Max Planck de Pesquisa de Corpos Sólidos, em Stuttgart, e da Universidade Ludwig-Maximilian de Munique (LMU München) voltaram suas atenções ao aspecto mais "gorduroso" da questão, o toque direto no visor dos aparelhos.

Eles desenvolveram uma tela que responde aos comandos apenas com a aproximação do dedo. Nessa "touchless screen", o contato físico deixa de ser necessário, resultando em menos desgaste e mais higiene.

A tecnologia se baseia num mal necessário: o suor. Todos os microporos humanos estão liberando moléculas de água, o tempo todo, mesmo que não se perceba. Um sensor no visor do aparelho mede a quantidade de umidade que se desprende quando um dedo se aproxima. Esse sensor particularmente sensível é composto por camadas de átomos de antimônio, fósforo, oxigênio e hidrogênio.

"Há bastante tempo já se sabe que esse material assimila bem a umidade e incha no processo", explica Pirmin Ganter, doutorando no grupo de pesquisa da professora Bettina Lotsch no Max Planck e na Universidade Ludwig-Maximilian. Os pesquisadores demonstram num vídeo como o sistema funciona: assim que um dedo se aproxima, o material absorve umidade e muda de cor.

Mudança de cor promissora

Com base nesse sensor, a equipe desenvolveu uma estrutura em sanduíche, que, apesar de possuir mais de dez camadas, só mede pouco mais de um milésimo de milímetro. Quando um dedo se aproxima, a umidade do ar aumenta também em torno e as camadas incham.

"Uma vez que a espessura da camada é alterada, muda também a cor do sensor, de forma semelhante às cores da asa de uma borboleta ou da madrepérola", explica Katalin Szendrei, também doutoranda do grupo.

Max-Planck-Institut für Festkörperforschung
Tecnologia "touchless screen" ainda não está pronta para entrar no mercadoFoto: Advanced Materials 2015/MPI für Festkörperforschung

Tal comportamento já conhecido e característico dos chamados cristais fotônicos, que transmitem luz. No entanto, esta é a primeira vez que os pesquisadores observaram uma mudança de cor – de vermelho para azul, por exemplo – tão forte e também tão veloz, ocorrendo no intervalo de poucos milissegundos.

É preciso paciência

Assim, o material pode ser muito útil às futuras gerações de smartphones, tablets e notebooks. E também em aparelhos de uso público, como caixas eletrônicos e balanças de supermercados. Especialmente nos espaços públicos, onde os equipamentos são operados por muitos, uma versão de touchscreensem contato direto traria claras vantagens higiênicas, aponta a professora Bettina Lotsch, da LMU München.

No entanto, ainda é cedo demais para pensar num monitor acionado sem nenhum tipo de contato. Antes disso, algumas questões precisam ser esclarecidas. Por exemplo, a estrutura precisa ser coberta com algo que a proteja contra o desgaste, mas, ao mesmo tempo, permita a passagem de moléculas de água. Já existem algumas propostas de como lidar com o problema, mas a implementação das ideias ainda deve demorar bastante.

Em termos de adequação para o uso diário, também há espaço para melhorias. O manuseio com luvas provavelmente será difícil. Sobretudo justamente num momento em que empresários espertos acabam de desenvolver luvas especiais para smartphones, é preciso encontrar uma saída tecnológica inusitada.