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Gás mostarda é usado por rebeldes na Síria

6 de novembro de 2015

Segundo relatório da OPAQ, não é possível confirmar qual grupo foi autor de ataque. Crescem, no entanto, indícios de que jihadistas do "Estado Islâmico" possuem armas químicas.

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Em 2013, especialistas da ONU investigaram uso de armas químicas em DamascoFoto: picture-alliance/AP

Especialistas comprovaram o uso de gás mostarda em combates entre jihadistas do "Estado Islâmico" (EI) e grupos rebeldes na Síria, afirmaram nesta quinta-feira (05/11) fontes da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).

O gás foi utilizado em Marea, uma cidade da província de Aleppo, no dia 21 de agosto. "Nós confirmamos os fatos, mas não determinamos os responsáveis", disse a fonte à agência de notícias AFP.

Um relatório confidencial sobre o tema foi enviado aos países-membros da organização, os quais se reunirão em Haia no final de novembro. Essa é a primeira vez que gás mostarda é usado no país.

A agência de notícias Reuters teve acesso a um resumo do relatório, segundo o qual um bebê teria morrido em decorrência do ataque. Ativistas sírios e ONGs de saúde já haviam afirmado, no fim de agosto, que um ataque com armas químicas atingiu dezenas de pessoas naquela cidade.

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) disse ter tratado quatro civis da mesma família atingidos por gás mostarda. Segundo os pacientes, um morteiro atingiu a sua casa e "após a explosão, um gás amarelo encheu a sala".

Armas químicas nas mãos de jihadistas

O relatório é mais um indício de que o EI possui armas químicas e está as utilizando em confrontos na Síria e Iraque. Autoridades curdas afirmaram que jihadistas usaram gás mostarda no ataque a forças peshmerga, também em agosto. Exames de sangue de 35 combatentes teriam comprovado a afirmação.

O gás mostarda é muito tóxico e provoca lesões graves na pele e irritações nos olhos e no aparelho respiratório, assim como lesões neurológicas e gastrointestinais e destruição de tecidos e vasos sanguíneos. Ele foi usado pela primeira vez por alemães na Bélgica, em 1917, e foi proibido pela ONU em 1993.

Em 2013, o governo sírio concordou em destruir suas armas químicas, para evitar investidas militares dos Estados Unidos, após um ataque com gás sarin ter matado centenas de civis num subúrbio de Damasco. O estoque declarado da Síria de armas químicas foi destruído.

No país, forças do governo e da oposição negaram o uso de armas químicas no conflito, que já dura mais de quatro anos.

CN/lusa/afp/rtr